quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Freezing (TV)

OBS: Resenha publicada originalmente no Animehaus em 17/04/2012

Alternativos: Furijingu
Ano: 2011
Diretor: Takashi Watanabe
Estúdio: ACGT
País: Coréia
Episódios: 12
Duração: 24 min
Gênero: Ação / Drama / Ecchi


Baseado no mangá seinen de Freezing, escrito por Dall Young Lim, publicado originalmente pela Kill Time Communications em 2007 e levados a TV em abril de 2011, com 12 episódios. Conta o enredo que seres de outra dimensão chamados NOVAS, entraram em guerra contra a humanidade a algum tempo. Para combater estes seres, foi criada a “West Genetics” uma academia que treina mulheres para se tornarem Pandoras, mas ai você pergunta: por que mulheres? A resposta é simples, somente mulheres podem suportar os estigmas. Mas não confunda, isso não tem nada a ver com “dogmas religiosos”, pois trata-se de um tecido extraído dos próprios NOVAS que, depois de implantados em jovens mulheres, faz com que elas desenvolvam poderosas habilidades de combate e dessa forma possam lutar de igual para igual contra os invasores.

Com este enredo, entram em cena os personagens principais da trama de Freezing, são eles Satellizer L. Bridget e Kazuya Aoi. Quando eles se encontram o anime tem tudo, tudo mesmo! para impressionar até o mais crítico admirador de animes, mas vou deixar bem claro que a historia a seguir vem praticamente toda do mangá, pois o anime explica muito pouco, inclusive vários acontecimentos ficam no ar, graças a péssima adaptação mangá – anime....bom, mas vamos deixar os comentários maldosos para o final da review.

Kazuya é o irmão mais novo de uma ex-Pandora, aliás, a única a ser considerada a existência perfeita, uma das mais poderosas Pandoras que existiram e também a única a possuir mais de 20 estigmas, (considerando-se que o normal é não passar de 4), entrou na West Genetics para cumprir a promessa de se tornar um Limiter, feita a sua irmã. Na academia, logo de inicio presencia uma luta onde conhece Satella(Satellizer), a Rainha Intocável. Basicamente o Freezing que da nome ao anime, se refere a habilidade de sincronismo entre a Pandora e seu Limiter, suas ondas cerebrais “sincronizadas” são capazes de desenvolver uma área que congela o movimento de qualquer um em seu raio de ação. Que protege a Pandora dos ataques de inimigos e de amigos também, como no caso dos torneios que são realizados periodicamente, com objetivo de escolher as melhores. Mas Kazuya é especial, apesar de não ser batizado(pois Satella se nega a fazê-lo), ele consegue desenvolver uma habilidade tão poderosa, que todos começam a temer essa parceria, afinal, como um jovem recém-chegado e sem treino pode ativar o Ereibar Set? Para saber a resposta, terão que assistir o anime até o final. 

Já nossa heroína Satella, sofreu todo tipo de humilhação quando criança, pois é a filha bastarda de um ricaço. Por este motivo, prometeu a sua falecida mãe que nunca mais se submeteria a qualquer pessoa. Tornou-se fria, instável e fechada, acabou por desenvolver “afefobia” (medo extremo de ser tocada) qualquer um que encoste nela acaba seriamente machucado, a única exceção parece ser o jovem Kazuya. 


Como disse antes, deixei a critica maldosa para o final. Eu poderia descrever este anime em uma única palavra: CONSTRANGEDOR.

Cada segundo desse anime é um motivo para se mostrar peitos, bundas, calcinhas, roupas sendo rasgadas e sangue, muito sangue jorrando pelos mais diversos motivos, desde o mais simples ciúme até alguns bem menos nobres. O próprio “modo Pandora” deixou de ser uma armadura, para se tornar argolas de energia para dessa forma facilitar as cenas de nudez. Se o excesso de cenas ecchi numa adaptação de mangá seinen já não for o suficiente para tirar um pouco do entusiasmo de quem o assiste, só aquele cuecão samurai da Lana já deve ser constrangedor o bastante.

Falando nela, Lana Linchen, uma jovem candidata a Pandora que veio do Tibet, chega na West Genetics para colocar um pouco de tempero na historinha de Satella e Kazuya. Ela traz 6 lagrimas de Kulun em seu corpo, ou seja, seis estigmas. Mas de início, ela não tem pretensões ao entrar na academia, seu único desejo é encontrar sua alma destinada, e o escolhido quem é? Kazuya! Que coisa mais óbvia. Fazendo nascer em Stella um sentimento que ela desconhecia: o ciúme. O anime chega ao ponto de criar um harém, devido a tamanha falta de criatividade, onde todas as Pandoras de alguma forma cobiçam Kazuya.

Mas novamente, não só Lana, mas também, Ganessa, Kaho, Tris, Aika, Chiffon, Elizabeth, Ticy, Arnett, Ingrid, entre vários e vários outros personagens são extremamente mal explorados, a grande maioria deles só aparece para apanhar de Satella ou ter suas roupas rasgadas em cenas de violência e nudez totalmente gratuitas, onde sobram membros espalhados por todos os lados. Um simples treino, pode se tornar um show de exibicionismo frente a uma classe inteira, o mais engraçado é que nenhuma das Pandoras parece ficar constrangida com essa situação.


Os produtores parecem ter medo de deixar uma história nova criar asas, a adaptação chega a beira do desastre devido a inconsistência do enredo e cenas de puro enchimento, pois em nada lembram as batalhas ocorridas no mangá. Acabam rodando no eixo da mesmice, sem acrescentar nada de novo. Mas nem tudo esta perdido para Freezing. No finalzinho do anime alguém deve ter “chutado o balde”, e a historia passou a seguir quase fielmente o mangá. E o que aconteceu? O anime passou a outro nível, tornando-se consistente e agradável, a trama deixou o apelo sexual de lado e focou-se nas cenas de ação com leves toques de sensualidade e mistério. Três episódios bastaram para devolver o fôlego a série e dar aos otakus de plantão uma mostra do porque Freezing é um mangá tão aclamado mundialmente.

Catia Nunes