quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Rurouni Kenshin: Tsuioku Hen (OVA)

OBS: Resenha publicada originalmente no Animehaus em 27/10/2002.

Alternativos: Samurai X: Trust and Betrayal, Samurai X: Reminiscence
Ano: 1999
Diretor: Kazuhiro Furuhashi
Estúdio: Studio DEEN
País: Japão
Episódios: 4
Duração: 30 min
Gênero: Drama / Romance / Violência



A história criada por Nobuhiro Watsuki em 1997, sobre o assassino arrependido de seu passado, ganha novos traços nos Ovas de Rurouni Kenshin, que contam a trajetória sangrenta de seu personagem antes de sua vida como andarilho.

Difícil é acreditar que Kenshin Himura foi baseado num verdadeiro Hitokiri, Gensai Kawakani, mestre do estilo Shiranui Ryuu. Sua força e destreza eram tamanhas que ficamos a imaginar como deve ter sido espetacular vê-lo em ação.

Rurouni Kenshin foi estupidamente levado ao público brasileiro com o nome de Samurai X, fato que deve ser ressaltado. Afinal, Kenshin Himura não é Samurai (que é um título de caráter hereditário) mas, sim, um assassino, mestre da técnica do Battoujutsu (técnica de saque de espada), sendo denominado Samurai no mundo ocidental por ser comercialmente mais aceito que "assassino".




O tratamento mais sério dado aos Ovas se encaixa perfeitamente ao clima obscuro e violento passado pelos personagens, e retrata com fidelidade o início da saga, o final do Shogunato Tokugawa (Bakufu). Vida e morte, encontros e desencontros, honra e traição, são retratados de uma forma crua e sem meias palavras, em uma trama elaborada que se passa na década de 1860, conhecida como o Bakumatsu (decadência do Bakufu).

Grandes rivais de Kenshin no futuro aparecem pela primeira vez, como Saito e Enishi. Sua primeira esposa, Tomoe, tem sua vida revelada, e desta relação nasce um sentimento que Kenshin desconhece, "o prazer de se proteger alguém". As linhas que formarão o X na face de Kenshin têm sua explicação aqui, e relacionam-se a fardos que levará consigo pelo resto de sua vida.

A história completa-se maravilhosamente quando ouvimos o fundo musical, uma trilha sonora orquestral simplesmente perfeita, alternando entre violência e paixão.



A morte retratada como um belo espetáculo, crenças e honra levadas ao extremo, culminam num final eletrizante e inesperado, tornando os Ovas de Rurouni Kenshin um espetáculo a parte.


Cátia Nunes