quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Rurouni Kenshin (TV)

OBS: Resenha publicada originalmente no Animehaus em 07/04/2003.

Alternativos: Rurouni Kenshin: Meiji Kenkaku Romantan, RuroKen, Samurai X
Ano: 1996
Diretor: Kazuhiro Furuhashi
Estúdio: Studio Gallop / Pastel
País: Japão
Episódios: 95
Duração: 25 min
Gênero: Aventura / Comédia / Drama




A história de Kenshin Himura começa cerca de 15 anos antes de ele se tornar andarilho, na época ele sequer possuía este nome. Um jovenzinho mirrado e fraco, que estava viajando com uma caravana de mercadores de escravos foi encontrado e salvo por Seijuuirou Hiko que, vendo um imenso potencial no jovem, ensinou-lhe sua técnica, o estilo Hiten Mitsurugi Ryu, que resumia-se a golpes duplos extremamente rápidos e letais. E assim nascia o Hitokiri Battousai, o Assassino Retalhador, que tornou-se lenda e foi o principal assassino de sua época, graças ao treinamento, ainda que incompleto, dado por Hiko. Kenshin foi um dos assassinos mais presentes e requisitados no final do Shogunato Tokugawa, devido a sua destreza com a espada. Lutou ao lado dos imperialistas, abrindo caminho para a chegada da "Era Meiji" e logo após este fato, ele se tornou um vagabundo andarilho.

O anime foi produzido pelo Stúdio Gallop em 1994 e é composto por 4 OVAs iniciais, 95 episódios para TV, 1 filme e 2 ovas de encerramento. Nesta ordem cronológica, os 4 OVAS iniciais mostram a vida de Kenshin antes de se tornar um andarilho, quando ele possuía apenas 14 anos. Os episódios de TV mostram a vida de Kenshin a partir dos 28 anos, e aqui se encaixa o filme, mais ou menos depois da "Saga dos Cristãos ou saga do Filho de Deus", e só então o encerramento, que é dado com os 2 OVAs finais. Ah, sim: o filme foi produzido pelo Stúdio Deen e não foi escrito pelo criador de Rurouni Kenshin, Nobuhiro Watsuki.

Como citei antes, a série de Rurouni Kenshin é dividida em sagas: a Saga de Tokyo, a Saga de Kyoto, a Saga dos Cristãos, a Saga de Kaishuu Katsu, a Saga dos Cavaleiros Negros e a Saga do Feng Shui. Mas existem muitas diferenças entre o anime e o mangá, como a inexistência da "Saga do Cavaleiros Negros", por exemplo. Um anime dividido em sagas precisa de um bom embasamento, certo? E Nobuhiro Watsuki conseguiu isto introduzindo uma série de personagens carismáticos como: Kaoru Kamiya, mestra do estilo Kamiya e dona do Dojo Kamiya; Sanosuke Sagara, um ex-membro da tropa de Elite de Sagara (Sekihoutai)... aliás, a tropa de Sekihoutai, vale lembrar, foi quase totalmente exterminada num ato covarde de seus comandantes, pois afirmavam que a mesma havia se tornado "obsoleta"; e Yahiko Myoujin, descendente de samurais, um jovem sobrevivente da guerra civil, ex-batedor de carteiras e agora aluno de Kaoru.



E além destes que são os principais podemos citar ainda: o Juppongatana, um grupo sanguinário comandado por Makoto Shishio, o assassino que substituiu Kenshin como assassino das sombras, quando o mesmo tornou-se conhecido; a Oniwabanshu, o grupo de ninjas comandados por Aoshi Shinomori; a Tropa de Sagara, que deu origem à história de Sanosuke; o Shinsen Gunmi, que participa efetivamente dos OVAs iniciais e aparece em "flashs" na série de TV, para relembrar a Kenshin seu passado sangrento; Yukishiro Enishi, irmão de Tomoe, a primeira mulher de Kenshin, que retorna exigindo vingança nos ovas finais; e Jin-Hen Udou, um assassino que deseja fama e sangue, além de muitos outros, pois a série se dá ao luxo de exibir um elenco de luxo como simples coadjuvantes, sem perder o charme.

..."já que estes personagens são carismáticos o suficiente para merecer um anime dedicado apenas a eles."

Este trecho era da "review" antiga, mas resolvi deixá-lo, pois o Shinsen Gunmi ganhou um anime baseado na sua história, chamado PeaceMaker Kurogane. Espero que muitos dos outros personagens também sejam brindados com uma anime só para si.

A fase que sempre me chamou a atenção foi a Saga de Kyoto, pois é a que se manteve mais fiel ao mangá, apesar de poder afirmar que jamais poderiam se traduzir em imagens animadas as cenas memoráveis do mangá, como as lutas de Kenshin contra Aoshi, Souijirou e Shishio.

Para equilibrar tanto sangue derramado, temos pitadas memoráveis de humor e romance. O que mais se vê e ouve são objetos voadores não identificados saídos das mãos de Kaoru, além da disputa acirrada entre as personagens pela atenção de Kenshin, mas ainda assim afirmo: "só as carinhas de "ôrô" do Kenshin já valem pelo anime!".


Na parte técnica posso afirmar que a série, apesar de longa, decai poucas vezes, pois a animação é bastante constante, tendo alguns momentos de absoluta exatidão nos traços, e por este motivo fica mais fácil notar a diferença quando o traço decai. A parte musical é muito boa, variando entre letras engraçadas e momentos de pura tensão, mas seu encaixe é quase automático. Eu, como fã de Rurouni Kenshin, recomendo o anime, sim, em pequenas doses.
Cátia Nunes