Alternativos: The Snow Queen
Ano: 1957
Diretor: Lev Atamanov
Estúdio: Soyuzmultifilm
País: Rússia
Episódios: 1
Duração: 55 min
Gênero: Fantasia
Contos de fadas sempre renderam boas animações. Há algo de encantador e familiar neles, uma certa mágica intangível. Há vários exemplos, indo desde A Branca de Neve e os Sete Anões às paródias modernas como Shrek.
Sneznaya Koroleva (A Rainha da Neve) é um filme de 1957, criado na União Soviética. O diretor Lev Atamanov produziu a obra em Moscou, no estúdio Soyuzmultifilm. O roteiro é uma adaptação de um conto de fadas de Hans Christian Andersen, escritor que deixou de legado contos como A Pequena Sereia e O Patinho Feio.
O filme começa com um ser pequenino com aparência de duende introduzindo-se ao público. Seu nome é Ole-Lukoie, Deus dos Sonhos (conhecido aqui como João Pestana), personagem de um conto de Hans Christian Andersen. Ole-Lukoie serve como narrador da história, interrompendo o filme de tempos em tempos para dar explicações.
Um casal de crianças vizinhas, Gerda e Kay, trocam presentes. Cada um dá ao outro uma rosam e eles resolvem plantá-las juntas para que sejam inseparáveis, assim como os dois. No inverno, Kay vai à casa de Gerda para ouvir as histórias da avó da garota, e pergunta a ela de onde vêm os flocos de neve.
A avó de Gerda conta que eles vêm do norte, voam sobre oceanos e são servos leais da Rainha da Neve. A Rainha é feita de gelo e vive em um palácio também de gelo, de onde observa seus domínios - todos os lugares com gelo e neve - por um espelho mágico. Frequentemente, ela voa pelas cidades durante a noite, e observa as pessoas pela janela.
Gerda fica assustada, mas Kay começa a rir e fala que se a Rainha da Neve aparecesse, ele iria jogá-la em um fogão e derretê-la. A Rainha observa tudo de seu reino e, furiosa, faz com que duas lascas de gelo acertem Kay. Uma acerta seu olho, de modo que ele só veja o mal ao seu redor, e a outra seu coração, para que ele só pratique crueldades.
Kay se torna malígno, e perde o respeito por todos. No final do inverno, a Rainha da Neve sequestra o garoto e o leva para seu castelo, onde seu coração irá congelar e ele irá esquecer de tudo que já viveu e sentiu para se tornar um servo dela.
Depois de esperar em vão pelo retorno de seu amigo, Gerda foge para procurá-lo. E aqui o filme realmente começa, com ela enfrentando diversos perigos para salvar Kay. Sneznaya Koroleva não tem um final épico, como é padrão em obras ocidentais. A jornada é o mais importante, e é onde a alma do filme reside. Gerda sofre bastante no caminho, e sua determinação é sempre posta à prova.
Os personagems secundários dão vida ao filme. Em particular a filha da líder de um grupo de bandidos, uma garota mimada e que quer controlar tudo. Mas várias pessoas e animais interessantes cruzam caminho com Gerda. Uma bruxa, um alce, uma velha carente, esquimós, um casal de corvos amigos, uma princesa e seu garoto de companhia, entre outros.
A qualidade da animação é razoável. Não uma obra-prima, mas é belo e fluido na maioria das vezes. O design dos personagens e cenários é bem variado. Kay, Gerda e a Rainha da Neve possuem um visual um pouco mais excêntrico, mas os outros personagens são mais parecidos com animações ocidentais. As paisagens são muito bem feitas e variadas.
A dublagem em russo é ótima. Os atores são muito eficientes em suas interpretações. As raras músicas também são de bom gosto, e os efeitos sonoros, bem trabalhados e variados. Destaque para os sons de tempestades de neve, gelo quebrando e etc.
O filme teve uma versão americana lançada dois anos depois. Além da dublagem, as modificações incluem a adição de 6 minutos de uma cena com atores reais antes do filme, uma espécie de prólogo. Esta versão é de domínio público, e pode ser encontrada para download e streaming aqui: http://www.archive.org/details/the_snow_queen_1959_animation
Embora não seja uma obra-prima, “A Rainha da Neve” entretém muito bem. A animação é datada, mas o filme é muito competente em contar a história de Hans Christian Andersen, e uma interessante obra de um país normalmente fora do escopo dos fãs de animação.
Heider Carlos