sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Legend of Lemnear (OVA)

OBS: Resenha publicada originalmente no Animehaus em 02/03/2012

Ano: 1987
Diretor: Kinji Yoshimoto
Estúdio: AIC
País: Japão
Episódios: 1
Duração: 43 min
Gênero: Fantasia, Medieval



Legend of Lemnear é um anime de curta duração produzido em 1987 pela AIC, com direção de Kinji Yoshimoto e desenhos de personagens por Satoshi Urushihara.

Lemnear é uma guerreira que de acordo com a profecia é a Campeã de Prata, que busca vingança contra o homem que matou seus pais, destruiu seu vilarejo e capturou o Campeão de Bronze. Em seu trajeto ela finalmente encontra esse feiticeiro que se chama Gardein, mas um de seus lacaios captura Lemnear e a coloca em seu lascivo harém. Agora Lemnear precisará escapar e encontrar forças para derrotar seu poderoso inimigo.

Fan-service. Um termo de significado tão contraditório, já que supõe “mostrar aquilo que o espectador quer ver”. Muitos passam longe só ao ver o nome, que nem sempre é sinômino de sensualidade. Apesar disso, Legend of Lemnear tem muitas cenas sensuais, e isso parece ser um hobby dessa dupla Yoshimoto/Urushihara, como visto em Plastic Little e Queen’s Blade. A própria roupa da Lemnear é uma espécie de “biquíni” (que parece ser muito pequeno pra ela) e há muito sangue, principalmente nas cenas finais (pra quem não sabe, isso também é fan-service). Mas será que o enredo compensa, já que a maioria dos fan-services por aí não se importam com a estória?


Bom, vamos por partes. A ambientação medieval é claramente inspirada no filme medieval canadense de 1981, Heavy Metal, com uns tons meio sombrios e meio fantásticos, com um monstro alado chamado Yuk e um chefão monstrengo com motivações clichês. O enredo é rápido, algo do tipo “esses são os personagens, o personagem conhece seu potencial, agora vamos lutar!”, mas mesmo assim não é insuficiente para um desenvolvimento tranquilo do roteiro, que definitivamente não tem rodeios. Ainda assim, alguns acontecimentos são meio forçados, como a profecia ultra tendenciosa que diz que “quando o poder de Prata for liberado, Bronze superará Ouro e certamente lhe será concedido o poder dos deuses” e algumas coisas acabam ficando desconhecidas, como quem são os Campeões exatamente, por que existem.

Um bom lado positivo são os gráficos e animação, que para a época são até interessantes (mesmo que haja algumas quedas). Fios de cabelos bastante detalhados (uma característica do Satoshi Urushihara) e iluminação bem trabalhada, assim como os movimentos que são bem convincentes. Isso tudo levando em consideração o ano de 1987. Quanto ao som tudo o que temos é uma constante espécie de “Love Metal”, que acabou encaixando bem com o cenário e ambientações.



Assistir OVAs independentes, que não acompanham um anime é um verdadeiro teste para quem for assistir. Muitos acabam tendo a sensação de perda de tempo. Mas certamente essa é uma das funções de um OVA, fazendo o espectador passar o tempo vendo ou gráficos e animação exuberantes ou cenas que incitem a sensualidade, sanguinolência ou ação ininterrupta, mas raramente um bom enredo. Portanto, quem quiser ver seios de fora ou alguma qualidade gráfica de algumas décadas atrás, aprecie sem moderação. Aqueles que desejam algo mais substancial ou moderno, Legend of Lemnear pode ser considerado uma obra nem um pouco memorável.



Marcos França