segunda-feira, 7 de novembro de 2016

To Aru Majutsu no Index (TV)

OBS: Resenha publicada originalmente no Animehaus em 23/04/2010 


Alternativos: A Certain Magic Index, Index Librorum Prohibiturum
Ano: 2009
Estudio: J.C. Staff
Diretor: Hiroshi Nishikori
País: Japão
Episódios: 24
Duração: 25 min
Gênero: Drama/Comédia/Romance/Sci-Fi



Em um mundo onde ciência e ocultismo se vêem muito distantes um do outro, Touma Kamijou vive em um município chamado de “Cidade Escola”. Trata-se de uma utopia científica onde absolutamente tudo é controlado pela tecnologia. Todos os que moram neste lugar recebem o nome de “espers”, ou seja, pessoas que são capazes de desenvolver determinadas habilidades especiais, sendo elas de combate ou passivas.

Cada esper da Cidade-Escola ganha um nível de acordo com a força e eficiência da manifestação de suas habilidades, e nosso protagonista se encontra no Nível 0, pois não é capaz de usar ou controlar nenhum tipo de habilidade especial... Exceto, talvez, pelo seu peculiar braço direito. Por alguma razão desconhecida, Touma é capaz de, com apenas um toque de sua mão direita, anular qualquer tipo de habilidade, seja ela científica ou sobrenatural. Isso faz com que o garoto seja capaz de se virar por conta própria, até mesmo contra uma das mais fortes Nível 5 (nível máximo que um esper pode alcançar) da Cidade-Escola.

Sua vida vira de cabeça pra baixo quando encontra uma garotinha, vestida com um hábito de freira, desmaiada em sua varanda. A jovem se apresenta como “Index”, uma freira da igreja anglicana ortodoxa da Inglaterra, que não possui muitas memórias de seu passado. O que ela tem na cabeça, porém, são cópias memorizadas e detalhadas dos 103.000 livros de magia da biblioteca da igreja. Pessoas estão atrás de Index para conseguir esses livros, e Touma decide ajudá-la. Mal sabia ele que estaria adentrando no mundo sobrenatural, o outro lado da realidade. O quão nítida é a linha que separa magia e ciência?


Apesar da premissa, de certo modo interessante, Index não parece saber aonde quer levar seu próprio enredo, se perdendo no meio do caminho. Os primeiros episódios, apesar de um tanto exagerados (mesmo com muitas referências científicas interessantes, não espere por uma história com os pés no chão, pois a coisa aqui vai longe...) são muito interessantes e bem trabalhados, porém, não fica assim por muito tempo. Pode-se dizer que Index é uma obra dividida em sagas e, como tal, tem a capacidade de criar arcos que algumas vezes nem servem pra muita coisa. Se a relação entre os arcos e a história destes se desenvolvesse cada vez mais em direção a algo maior, seria certamente perdoável e comum, porém, com o avanço dos episódios, cada arco se torna uma experiência isolada, onde até existe desenvolvimento de personagens, porém a sensação é de que a história não está indo para lugar algum. Ao final, até temos a impressão de que acabamos de assistir a um grande prólogo de 24 episódios, como se a história de verdade viesse depois, em sua eventual segunda temporada.

Apesar disso, Index ainda tem seus pontos fortes, com alguns arcos (mesmo avulsos) sendo suficientemente interessantes para continuar assistindo. Os personagens em geral são carismáticos, sendo poucos aqueles que caem no que eu chamo de “clichê absoluto”. Até mesmo aqueles cuja personalidade parece ser previsível acabam se mostrando mais aprofundados.

A animação é muito bem feita e não costuma cair, apesar de eu ter notado uma certa “falta de cuidado” com relação ao traço e proporcionalidade dos personagens aqui e ali. Muitas cenas são animadas com muito cuidado na movimentação fluída, especialmente as lutas. As cores são fortes e vibrantes, e o design de personagens é muito agradável aos olhos.

A trilha sonora não é nada de muito destaque, com músicas que utilizam de batidas eletrônicas em geral. A primeira abertura (PSI-Missing) chega a ser boa e até pegajosa. As melodias de fundo cumprem seu papel, não sendo propriamente ruins, apenas “não fedem nem cheiram”.



No geral, To Aru Majutsu no Index é um bom anime e vale a pena assisti-lo. Teria sido melhor se seu enredo tivesse um pouco mais de foco sobre o que quer tratar. Só tenha em mente que a história não chega em nenhuma espécie de conclusão ou clímax, dando mais a impressão que as coisas foram guardadas para a segunda temporada, que será produzida em breve, logo após o término do spin-off “To Aru Kagaku no Railgun”.


Lucas Funchal