terça-feira, 15 de maio de 2018

Kingsglaive: Final Fantasy XV (Movie)

Alternativos: Kingusugureibu: Fainaru Fantajī Fifutīn
Ano: 2016
Diretor: Takeshi Nozue
Estúdio: Square Enix (Visual Works)
País: Japão
Duração: 110 min
Gênero: Ação / Fantasia / Drama


"Final Fantasy XV" foi um daqueles jogos cuja produção se transformou numa verdadeira novela. Anunciado em 2006 como um spin-off do "Final Fantasy XIII", o game só foi lançado em 2016. E claro, com 10 anos de produção nas costas, a Square Enix resolveu que apenas um mero jogo não seria o suficiente, e junto com o game, ela decidiu lançar dois animes: uma série de cinco episódios chamada "Brotherhood: Final Fantasy XV"; e "Kingsglaive: Final Fantasy XV", uma super produção toda em CG que será o alvo do review de hoje.

Se você não conhece o universo de "Final Fantasy XV", provavelmente deve estar se perguntando: "OK, então eu posso assistir esse filme sem ter jogado o game?". A resposta para essa pergunta é "sim".

A história do jogo é basicamente a seguinte: o reino de Lucis é invadido e conquistado por uma nação rival chamada Niflheim. No jogo você controla Noctis, o príncipe desse reino que acabou escapando de toda essa confusão por estar viajando e estar fora da capital. Seu objetivo no jogo é voltar e tentar reconquistar e reconstruir sua terra natal.

O básico (da parte inicial) da história do game é essa, e o enredo de "Kingsglaive" basicamente mostra como os eventos dessa invasão se desenrolaram, ou seja, o filme serve mais como um prólogo para o jogo, por isso não ter jogando o game não é tão importante aqui. Mas é claro, se após ver o longa você gostar e se interessar pela história, você terá que jogar o "Final Fantasy XV" para ver o acontece depois. Inclusive, eu acho que esse foi o objetivo da Square Enix: usar o filme como uma isca para conseguir mais jogadores.

A história do longa gira em torno de um grupo de soldados de elite chamado Kingsglaive, que respondem diretamente ao rei de Lucis. Essa organização tem como objetivo não apenas proteger a capital, mas também próprio rei e o cristal mágico que fica dentro da cidade. Sem esse cristal, tanto o rei quanto os membros do Kingsglaive ficam sem seus poderes (e a cidade ficam sem proteção). O filme basicamente mostra o que aconteceu durante a invasão de Lucis, com os membros do Kingsglaive tentando resolver a situação.

O enredo, no geral, é bem interessante, mas pouco desenvolvido, pois os personagens, apesar de serem bem legais, têm pouco tempo para serem conhecidos pelo espectador, uma vez que o ritmo da história é bem corrido. "Kingsglaive" certamente não é nenhum grande exemplo de como se estruturar uma história. Porém, no geral, eu acho que dá pra dizer que o enredo cumpre o seu papel de mostrar como aconteceu a invasão de Lucis e explicar um pouco sobre o "setting" dentro do universo de Final Fantasy XV, e o ritmo mais ligeiro da história acaba prendendo a atenção de quem está assistindo.

É claro, eu também não posso deixar de falar da qualidade de animação aqui. No departamento visual, "Kingsglaive: Final Fantasy XV" é com toda certeza o melhor e mais avançado filme de animação em CG que eu já vi. Mas eu acho que isso já era esperado, já que o mesmo aconteceu em 2001 com "Final Fantasy: The Spirits Within", e em 2005 com "Final Fantasy VII: Advent Children". A Square Enix e seu estúdio especializado em CGs, Visual Works, não brincam em serviço quando o assunto é animação computadorizada, deixando a concorrência comendo poeira e chorando no meio da estrada.

Mas não é apenas a parte técnica dessa produção que impressiona, pois os responsáveis pela direção de arte e fotografia também fizeram um ótimo trabalho, e cada cena do filme termina parecendo mais uma pintura. Inclusive, a arte até ajuda a deixar mais interessantes as partes mais monótonas e paradas do longa, já que o filme é visualmente impactante até mesmo quando nada está acontecendo e os personagens estão apenas conversando.



Se você já jogou ou pretende jogar "Final Fantasy XV", "Kingsglaive" é um filme obrigatório, já que os eventos que acontecem durante a invasão de Lucis não são detalhados durante o jogo. Agora, se você não pretende investir no universo de "Final Fantasy XV", essa produção conta mais como uma curiosidade, principalmente pelo espetáculo que é sua apresentação visual. Vale a pena assistir, mas eu não diria que seja algo para você colocar no topo da sua lista de prioridades.


André Pequeno