terça-feira, 11 de outubro de 2016

Usagi Drop (TV)

Alternativos: Bunny Drop
Ano: 2011
Diretor: Kanta Kamei
Estúdio: Production I.G
País: Japão
Episódios: 11
Duração: 30 min
Gênero: Comédia / Slice of Life



Usagi Drop, que passou no noitaminA e é baseado no mangá josei de Yumi Unita, conta a história de Daikichi Kawachi, um solteiro de 30 anos que, ao voltar para sua cidade para o funeral de seu avô materno, descobre que o falecido tem uma filha ilegítima de 6 anos. Irritado com o tratamento dado à menina pela sua família, que a considera um estorvo, Daikichi, que assumidamente não tem muito jeito nem com crianças e nem com mulheres, impulsivamente decide tomar conta da pequena Rin.  O anime então mostra a convivência da família, formada por Daikichi e Rin.

Bom, para começar, o anime dá uma colher de chá para o Daikichi, já que a Rin já passou da fase mais complicada da infância. Além disso, apesar de Rin ser um pouco teimosa, ela não é uma criança birrenta e nem mal criada. Muito pelo contrário, ela é muito responsável e até um pouco madura para a idade, ajudando nas tarefas de casa e servindo até de despertador para o Daikichi. Mas isso não significa que ela deixe de agir como uma garotinha de 6 anos.

É sempre bom ver um anime no qual o personagem principal não é mais um adolescente anti-social ou hiperativo. Daikichi é um cara normal, que não sabe muito o que está fazendo, mas se esforça para aprender e se preocupa de verdade com o bem-estar de Rin. E é justamente isso que é legal. Ver o Daikichi se adaptando a ser pai, tentando entender o que se passa na cabeça da Rin e tentando conciliar tudo isso com o seu trabalho. E o anime te mostra tudo isso com situações normais do cotidiano, sem precisar de grandes dramas ou tragédias para tentar esfregar o amor paterno do Daikichi na cara do telespectador.



O anime também apresenta outras personagens como a prima de Daikichi, Haruko, que vive problemas em seu casamento. Ela tem uma filha chamada da idade de Rin chamada Reina, que é super birrenta, mas adora a “prima” Rin. Temos também os pais de Daikichi ,que a princípio acham que ele está maluco, mas depois o apóiam, especialmente a sua mãe. E a irmã de Daikichi, que está começando a vida adulta e não quer saber de compromisso. Temos ainda Gotou-san, colega de trabalho de Daikichi que teve um filho recentemente, a quem Daikichi costuma pedir conselhos. Yukari Nitani é a bela mãe divorciada de Kouki, colega de Rin. Yukari também ajuda Daikichi que, por sua vez, dá uma força com o Kouki, que é um garoto muito danado, mas que gosta de Rin e de Daikichi. Por fim, temos a irresponsável mãe de Rin e seu companheiro, sobre os quais não vou falar para não estragar o único enredo que o anime tem, já que na maior parte mostra só o cotidiano de Daikichi e Rin.

O traço do anime é simples, assim como o do mangá, o que é normal para mangás josei. A animação é boa e o uso de cores claras combinou muito bem com o clima mais ameno do anime. A trilha sonora cumpre o seu papel sem destaques e a dublagem também. A música de abertura é canta pelas Puffy Ami e Yumi (aquelas do desenho do Cartoon) e é divertidinha, assim como o encerramento.



 
Usagi Drop é um anime bem diferente da maioria, tratando apenas do simples dia-a-dia de um pai solteiro. Pode até ser considerado um anime “feel good”, já que te deixa com uma sensação boa quando acaba cada episódio.  Recomendado para todos que gostam de animes de cotidianos ou de histórias para adultos. Também pode ser uma boa quando você estiver cansado de ver gente derramando litros de lágrimas pela pessoa amada ou salvando o mundo durante o recreio.

P.S: Apesar de eu recomendar fortemente o anime de Usagi Drop, recomendo a quem for ler o mangá que leia apenas a parte que o anime adapta. Na segunda parte, o mangá muda COMPLETAMENTE de foco, não sendo mais sobre o que está escrito na sinopse, o que já tira boa parte da graça. Para completar, a autora estraga alguns personagens, some com outros e coloca várias coisas incoerentes só para chegar a um final específico que provavelmente acharam que seria mais dramático. É o velho problema de gerar um clímax em uma série sobre o cotidiano, que faz muito autor errar a mão e estragar sua obra.


M4rc0 AFRL