Ano: 2009
Diretor: Rion Kujo
Estúdio: AIC
País: Japão
Episódios: 12
Duração: 24 min
Gênero: Comédia, Harém
Asu no Yoichi, escrito e ilustrado pela Yu Minamoto, é um mangá iniciado em 2006 e conta a história de Yoichi, um rapaz samurai de 17 anos que mora nas montanhas com o seu pai. Todo esse tempo ele nunca chegou a visitar a cidade, sempre treinando para aperfeiçoar o seu estilo de luta. Sem mais nada a ser aprendido, seu pai ordena que seu filho vá para a cidade e encontre a família Ikaruga, para que possa ensinar-lhe o Estilo do Vento Divino Ukiha.
Animes neste estilo não são novidade. Um garoto que de repente se vê cercado de garotas lindas e peitudas é algo que se viu tanto em Tenchi Muyo como em Love Hina. Yoichi, para aprender mais, precisa residir na casa da família Ikaruga, onde há quatro irmãs (sim, só elas, pois os pais estão de férias). Não é incomum ver as garotas em cenas comprometedoras e excitantes na frente de Yoichi, fazendo seu nariz jorrar sangue. Também não é incomum existir um triângulo amoroso. Além de tudo, nenhuma característica dos personagens é realmente nova. Então há algo interessante nesse anime? A resposta é sim.
Mesmo que Asu no Yoichi não tenha tanta coisa nova (e dificilmente algum anime nesse estilo será tão revolucionário), o aspecto do anime de um modo geral é tão agradável que clichês acabam se tornando o que menos importa. Os personagens foram bem tratados e o senso de humor não é dos piores, exceto quando tentam tornar engraçada uma cena excitante. Personagens secundários como Washizu e Torigaya fazem parte dos momentos engraçados. Nesse mesmo clima agradável, vemos Yoichi usando suas palavras e atitudes sábias nos momentos tensos, mesmo que, no final, acabe sempre levando uma bofetada da Ibuki, a irmã mais velha e parte do triângulo amoroso. Há ainda outras duas personagens secundárias, Tsubasa e Angela, do Dojo Tsubame Benten Ryuu, contratadas para matar Yoichi, e dois antagonistas: Ukyo e Sakon, do clã Saginomiya.
Cada episódio sempre tem uma pequena lição por trás, basta apenas ter um pouco de sensibilidade. Afinal, não é só de cenas comprometedoras que o anime é feito. Na verdade, devemos considerar isso apenas como uma “distração” (ou um fetiche japonês, como quiser). Partindo para o lado mais emocional, o anime não exagera na dose de açúcar. Ayame, a segunda irmã e último vértice do triângulo, deixa o anime com um aspecto mais melancólico (e agressivo também). Pode-se dizer que suas atitudes deixaram o anime com mais dinamismo, tanto que, se ela simplesmente não existisse, o anime seria um verdadeiro marasmo. Não existe anime do tipo harém que não tenha sequer um festival, então nesse momento pode-se ver o bem que a existência da Ayame faz para o anime. As outras duas irmãs são apenas “preenchimento”, mas que também mostram seu valor em alguns episódios dedicados.
A trilha sonora é típica também, e é agradável da mesma forma. Os traços são muito bem feitos, assim como a animação, consistente. As cores vivas tornam o anime ainda mais agradável de assistir. Mas uma das melhores coisas foi o fato do anime ter apenas 12 episódios. Isso prova que só isso é suficiente para um anime desse gênero, sem ter necessidade de mostrar acontecimentos desnecessários. Tudo acontece de maneira tão objetiva que não é necessário mostrar coisas que estão no mangá. É fato que muitos críticos não gostaram, dizendo que é clichê e apelativo. É verdade, tem isso também. Mas será que é só isso que pode ser aproveitado em um anime? Será que é preciso ter enredos mirabolantes para agradar? Não é possível alguém se divertir vendo um anime sem sangue, mortes ou complexos mentais, apenas para “aliviar a mente”, divertir-se? Algumas últimas palavras: 12 episódios são suficientes para agradar. Se não aguentar ver tudo, aconselho diversificar mais nos gêneros. E se não foi suficiente, ainda existe o mangá. Afinal, foi para isso que o anime foi feito.
Marcos França