segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Blood-C (TV)

OBS: Resenha publicada originalmente no Animehaus em 10/03/2012


Ano: 2011
Diretor: Tsutomu Mizushima
Estúdio: Production I.G.
País: Japão
Episódios: 12
Duração: 24 min
Gênero: Drama / Ação / Mistério



“Blood-C” é a mais nova entrada da franquia “Blood”, iniciada com o longa-metragem “Blood – The Last Vampire”, que originou várias adaptações para mangás, light novels e até uma série animada de 50 episódios chamada “Blood+”. Nenhuma das três séries tem alguma relação no que toca o enredo ou universo, apenas possuem certas alusões uma a outra, como o fato da protagonista ser chamada Saya e esta enfrentar monstrengos com uma katana. “Blood-C” nasceu de uma parceria entre o estúdio Production I.G.(que animou tanto o primeiro filme como o posterior anime) e as famosas garotas da CLAMP (Sakura Card Captors, X-1999), que não só contribuíram com o design de personagens como também escreveram o enredo.

Saya Kisaragi aparenta ser uma garota normal no ensino médio. Ela vive em uma cidade pacata do interior e é filha do sacerdote do santuário local. Apesar de parecer não passar de uma menininha humilde e atrapalhada, Saya esconde um grande segredo: Ela é a única capaz de lutar contra os misteriosos “Furikimonos” (pode ser traduzido como “Anciões”), criaturas horrendas e violentas, usando a espada Goshintou. Porém, Saya vai percebendo aos poucos que nem tudo é o que parece ser.


Apesar do interessante e muito bem produzido episódio inicial, Blood-C peca, essencialmente, em seu ritmo. Os primeiros três episódios da série são extremamente maçantes e repetem o padrão de “palhaçadas com a turma da escola de dia e monstro à noite”, para só no quarto as coisas começarem a engrenar, e ainda assim de maneira um tanto lenta. Isso seria algo certamente perdoável em uma série de 20 episódios, porém estamos falando de uma com 12. É um tanto quanto estranho notar que o anime ainda se move à passos de tartaruga estando em sua metade.

Por outro lado, os episódios finais finalmente nos garantem ótimas lutas e revelações bombásticas que fazem valer a pena toda a espera. Por mais que apenas isso já garanta uma recomendação para o anime, ainda não muda o fato que pensei em desistir de assisti-lo por diversas vezes. Além disso, também faltou um certo desenvolvimento de personagens. Não que isso seja mal feito durante a série, porém um pouco mais de “insight” no passado e motivações dos personagens, especialmente após a grande reviravolta no penúltimo episódio, teria sido bem vindo.

A animação, como esperado de uma série de 12 episódios, é bem estável durante grande parte do tempo, porém é possível notar que capricharam muito mais no primeiro e último episódio respectivamente, deixando os outros com uma qualidade um pouco menor e menos fluída, algo especialmente perceptível durante as lutas (um dos últimos combates da série, por exemplo, é extremamente bem feito).

A trilha sonora é um dos grandes trunfos da série, já começando pela ótima e extremamente viciante abertura “Spiral” (Dustz) e as imediatamente reconhecíveis músicas de fundo. A que toca durante as lutas não sai da cabeça.




Mas, no final das contas, vale a pena assistir “Blood-C”? Caso você tenha a paciência para aguentar seu início monótono, definitivamente sim. Por mais que eu quisesse dar uma nota maior ao anime, não dá para ignorar suas falhas relativamente graves. É uma boa história que, por incrível que pareça, poderia ter sido contada em bem menos tempo e talvez de maneira até melhor. Vale salientar que esta termina em aberto, só sendo concluída no futuro longa-metragem que será lançado no ano que vem.


Lucas Funchal