segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Eureka Seven: Pocket Full of Rainbows (Movie)

OBS: Resenha publicada originalmente no Animehaus em 16/10/2009


Alternativos: Kōkyō Shihen Eureka Seven: Pocket ga Niji de Ippai; Psalms of Planets Eureka Seven: Pocket Full of Rainbows; Psalms of Planets Eureka seveN: Good night, Sleep tight, Young lovers.
Ano: 2009
Diretor: Tomoki Kyoda
Estúdio: BONES
País: Japão
Episódios: 1
Duração: 115 min
Gênero: Drama / Fantasia / Mecha



A série de TV original ”Eureka Seven“ foi uma surpresa muito agradável no mundo dos animes. Sendo considerada no Japão como a melhor obra do ano de 2006, Eureka Seven conseguia combinar mechas em pranchas voadoras com um ótimo enredo, personagens carismáticos e um ótimo pacote visual. Agora, três anos depois, foi produzido um filme que se trata de uma nova abordagem à série, com os mesmos personagens em contextos e situações diferentes (mesmo que haja uma relação sutil com a série original ;D).

O filme começa com Renton e Eureka, ainda crianças, brincando na neve com seu ”professor“, Dominic. Ambos os jovens foram criados juntos desde pequenos, o que fez com que construíssem uma relação muito próxima, juntamente a Dominic, que os ensinava sobre vários fatos do mundo, além de Nirvash, uma criaturinha biomecânica que está sempre junto a Renton.

Neste dia em que brincavam na neve, Dominic lhes dá sua última lição e diz que terá de viajar para bem longe. Uma semana depois, as crianças descobrem que ele está morto, devido a uma experiência realizada pelo pai de Renton, que tinha como objetivo descobrir um meio de acabar com os ”Image“, criaturas conhecidas como os inimigos da raça humana, que estão dominando o planeta aos poucos.

Mais tarde, Eureka é raptada pelo governo e Renton, que ficou paralisado de medo no momento, jurou encontrá-la novamente um dia e protegê-la. Em sua determinação, ele acabou ingressando no exército como parte da ”Unidade dos Juvenis Independentes 303“, juntamente com Nirvash, que agora o ajuda a controlar o seu LFO (mecha).

O que Renton não sabia é que, aos poucos, ele se envolveria em uma enorme trama para extinguir os Image, envolvendo não apenas ele mas, também, Eureka e sua unidade do exército.


Para um filme baseado em uma série de TV, PFoR não faz feio e até tem o potencial para andar com as próprias pernas, não sendo necessário nenhum grande conhecimento da série original para entender o que se passa. Apesar de parecerem um pouco corridos aqui e ali, a maioria dos acontecimentos do enredo são bem organizados e trabalhados, com um clímax simplesmente fantástico (como já é de praxe do BONES).

Os personagens continuam com as mesmas personalidades anteriores, porém, no filme, a maioria não possui muito destaque. Alguns têm apenas duas ou três falas, porém isso é facilmente perdoável, já que um número razoavelmente grande de personagens têm um bom tempo na tela, com desenvolvimento de caráter e tudo, algo muito bem vindo para um filme baseado em uma série com um elenco tão rico. Aliás, alguns personagens que foram deixados de lado no anime até aparecem mais aqui e têm um grau de importância alto.

Visualmente falando, esse filme é um show à parte, com uma animação que chega a doer de tão fluida, com efeitos computadorizados muito bem combinados à animação. Tudo é muito colorido e vívido, e o design de personagens continua sendo um dos meus preferidos no mercado, com traços e feições nada forçados e muito expressivos.

Já na trilha sonora, PFoR não se destaca muito. Com exceção do tema de encerramento ”Space Rock“ (iLL), o resto das músicas de fundo passam batidas com muita facilidade. Não é que sejam ruins, mas elas apenas cumprem seu trabalho, sem nenhuma melodia que não tenha sido esquecida 30 segundos depois de tocar.



No geral, PFoR é um ótimo filme que pode muito bem se erguer por si só, com um enredo bem trabalhado e elenco agradavelmente variado para um longa metragem baseado em uma série de TV, mesmo que em certos momentos pareça estar meio corrido, um tropeço certamente perdoável. É altamente recomendado para fãs da série e, também, para quem nunca a viu e quiser ter um ”gostinho“ de como é Eureka Seven.


Lucas Funchal