segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Gundam 00: A Wakening of the Trailblazer (Movie)

OBS: Resenha publicada originalmente no Animehaus em 11/03/2011


Alternativos: Gekijōban Kidō Senshi Gundam Double O - A Wakening of the Trailblazer-, Mobile Suit Gundam 00 The Movie.
Ano: 2010
Estúdio: Sunrise
Diretor: Seiji Mizushima
País: Japão
Episódios: 1
Duração: 120 minutos
Gênero: Mecha / Drama / Sci-Fi/ Guerra



Dois anos se passaram desde a derrota dos “A-LAWS” pela “Celestial Being”. A nova “Federação da Esfera Terrestre” governa sob uma nova política de intuito pacifista, tentando criar um mundo livre de armas para evitar o surgimento de guerras, ao mesmo tempo em que tenta administrar o cada vez maior surgimento de “Inovadores” (seres humanos evoluídos, com uma quantidade muito maior de ondas cerebrais). A Celestial Being ainda existe, porém opera apenas nas sombras, cuidando para que essa nova política não saia dos trilhos.

Porém, agora existe uma nova ameaça. Uma nave espacial há muito esquecida foi mandada em uma expedição ao planeta Júpiter há 130 anos e, agora, um fragmento dela caiu na Terra, trazendo consigo uma forma de vida alienígena perigosa, que pode se assimilar a tudo o que toca, quer sejam criaturas biológicas ou aparelhos tecnológicos, conseguindo até mudar sua forma para a do objeto assimilado.

O governo logo se prontifica a tentar estudá-los e os nomeiam “ELS” (Extraterrestrial Living-metal Shapeshifters), porém, a situação não demora a ficar feia, culminando em uma quantidade estupidamente grande de ELS saindo de Júpiter e ameaçando destruir, ou melhor, se assimilar a todo o planeta Terra.


Tendo em vista esta nova ameaça, a Federação mais uma vez opta pelo conflito armado e a Celestial Being tira a poeira dos Gundams para a sua última e mais importante missão, que mais tarde se mostra como sendo também uma luta pessoal para Setsuna F. Seiei, também um Inovador.

A série “Gundam 00” já era ótima, com personagens interessantes, lutas espaciais repletas de ação e muitos mechas detalhados, além de um enredo muito bem trabalhado sobre o polêmico tema que é a natureza da guerra. Em “A Wakening of the Trailblazer”, temos uma espécie de “encerramento” como um todo da série, finalmente resolvendo os fantasmas pessoais do único personagem que faltava se desenvolver por completo: o protagonista, Setsuna F. Seiei.

Na verdade, pode se dizer que esse filme é praticamente sobre ele. Claro, vários personagens da série voltam e participam dos combates, mas nenhum realmente tem muita importância no desenvolvimento do enredo e nem se destacam tanto quanto na série.

O visual desse filme, assim como na série, é muito bem feito e fluido, com grande parte de seus 120 minutos dedicada a muita, mas MUITA ação sem interrupções, com mechas se movimentando em alta velocidade e várias explosões, destacando-se a luta final, onde é construído um verdadeiro campo de batalha espacial frenético e caótico.

A trilha sonora utiliza as mesmas músicas de fundo da série, que são relativamente memoráveis, e mais uma abertura e encerramento. Particularmente, achei ambas chatas e nada apelativas, porém o estilo e letra destas condizem com o filme em si, logo é mais uma questão de gosto pessoal.

Pelo lado negativo do filme, temos o seu foco incondicional no protagonista. Tudo bem que os outros personagens tiveram muita participação durante as duas temporadas da série de TV, mas aqui eles são realmente quase inúteis para a história como um todo, além de se tornarem ainda menos participativos nas batalhas devido ao velho clichê da franquia de dar uma força ridiculamente ignorante ao protagonista (que já era significativamente mais forte que o resto) e colocando-o no papel de “salvador da pátria no momento mais crítico”. Definitivamente, os seres humanos não teriam nem chance de sobreviverem se não fosse por Setsuna.



Fora isso, “Gundam 00: A Wakening of the Trailblazer” é um ótimo encerramento para a série, mais uma vez passando a mensagem de que a fonte de todos os conflitos está na falta de vontade por parte do ser humano em tentar entender uns aos outros. O final deixa um gostinho meio “demasiado açucarado” na boca, porém não imagino outro tipo de fim para uma série com esse argumento central.

“A Paz não pode ser mantida pela força. Deve ser alcançada pela compreensão.”


Lucas Funchal