Alternativos: The Effect of When They Cry Higurashi; When the Cicadas Cry Solutions; When the Higurashi Cry Counter of Occurrences
Ano: 2008
Estúdio: Studio DEEN
Diretor: Chiaki Kon
País: Japão
Episódios: 24
Duração: 24 minutos
Gênero: Drama / Mistério / Terror
Baseado nos jogos amadores do grupo doujin "07th Expansion", Higurashi no Naku Koro ni (Quando as Cigarras Choram) se trata de um anime de "terror" e violência, com uma narrativa criativa e fragmentada em que o tempo vai se repetindo de maneira diferente e abordando várias possibilidades de futuro. Nesta segunda temporada, o palco principal da série continua sendo a pacata cidade de Hinamizawa que, apesar de aparentar ser pacífica, esconde macabros mistérios.
Explicar mais que isso sobre o enredo é algo complicado de se fazer em uma resenha, já que seria necessário um extremo cuidado para não deixar nenhum grande spoiler escapar (além de que não vejo necessidade em aumentar a sinopse, levando em conta que a resenha da primeira temporada já tem uma muito boa). Todos os personagens que apareceram na primeira temporada continuam exercendo seu papel aqui, o que é uma forte característica da série. Apesar do vasto elenco, cada um tem seu papel em cada uma das histórias, seu passado e angústias, seus motivos e segredos. Higurashi com certeza tem uma ótima caracterização de personagens e um controle muito firme sobre o porquê de cada um existir.
A narrativa continua a mesma, dividida em histórias/capítulos/arcos que explicam cada vez mais todos os mistérios cultivados na primeira temporada. Esse estilo de narrativa criativo é muito bem feito, tendo em vista que é necessário assistir a todos os arcos para entender a história como um todo, já que todos estão ligados entre si (a razão disso você descobre nessa temporada ;) ).
Outro ponto positivo é que, como a primeira temporada cobria seis dos oito jogos em que se baseia, a segunda só precisa narrar a história de dois jogos e, portanto, tem uma narrativa bem mais detalhada e menos corrida. O único pequeno problema é que, em KAI, a série perdeu muito do toque de terror que ela sempre usa para se vender, ou seja, não espere por muitas cenas violentas ou mesmo um clima mais sombrio nesta nova fase.
Visualmente, a série finalmente recebeu o tratamento que sempre mereceu. O traço está muito mais estável (os vários momentos em que os olhos e rostos dos personagens ficavam desproporcionais não existem mais) e todo o restante está mais bem trabalhado e colorido, com algumas cenas e tomadas de câmera muito bem planejadas.
A trilha sonora continua a mesma da primeira temporada, tirando as músicas de abertura e encerramento, com destaque para a abertura "Naraku no Hana" (Eiko Shimamiya). No geral, as músicas cumprem muito bem seu papel, fazendo com que o espectador entre no clima no momento em que certa melodia começa a tocar.
A única grande gafe da série está em seus acontecimentos finais. Apesar de alguns momentos e diálogos idiotas que teimam em aparecer na hora errada, o enredo flui de maneira muito interessante e bem planejada, mas é encerrado de uma maneira muito genérica e fraca se comparada com o restante da série. É realmente uma pena, levando em conta que o enredo tem alguns momentos e descobertas tão geniais que são capazes de arrancar aquele pensamento do espectador que quase sempre descrevo em todas as minhas resenhas: "P**a que pariu, que f**a!"
Apesar da perda quase total do estilo "terror" da série e um escorregão em seus momentos finais, Higurashi no Naku Koro Ni KAI é, de longe, muito melhor que seu "predecessor", respondendo a todos os mistérios da série de maneira muito bem planejada e com um pacote visual muito melhorado.
OBS: A cena final do último episódio pode parecer sem sentido, mas na verdade é um último mistério deixado pelo 07th Expansion, que só é respondido em "Umineko no Naku Koro ni" (Quando as Gaivotas Choram), uma nova série de jogos que o grupo está produzindo e que, apesar de ainda não ter sido finalizada, possui uma versão mangá e já foi confirmada a produção de uma futura versão animada.
OBS 2: Com relação à nota, ela só é igual a da resenha da primeira temporada por pura coincidência, já que não fui eu quem a fiz e teria dado uma nota um pouco mais baixa. A nota da resenha da primeira temporada corresponde à opinião de Guilherme Marcondes, e a da segunda corresponde à minha. Apenas para evitar perguntas como "Hã? As duas notas são iguais?". =)
Lucas Funchal