sexta-feira, 18 de novembro de 2016

The Tower of Druaga: The Aegis of Uruk (TV)

OBS: Resenha publicada originalmente no Animehaus em 04/10/2008

Alternativos: Druaga no Tō - The Aegis of Uruk
Ano: 2008
Diretor: Koichi Chigira
Estúdio: Gonzo
País: Japão
Episódios: 12
Duração: 24 min
Gênero: Aventura / Ação / Fantasia



Druaga no To: The Aegis of Uruk é um anime criado pelo estúdio Gonzo baseado em um jogo arcade da Namco de 1984 cujo objetivo era fazer com que o herói Gilgamesh subisse a ”Torre de Druaga“ até o 60o andar e salvasse a donzela Ki (lê-se Kai) das mãos do demônio Druaga.

No anime, essa época já se passou e Gilgamesh se tornou o grande herói e rei de Uruk que, sozinho, realizou esse feito. Agora, sessenta anos depois, a torre está ”renascida“ de novo. O ”Verão de Anu“ é uma estação que aparece de tempos em tempo, com a duração de cerca de 5 anos e que, com a proteção do deus Anu, faz com que os monstros da torre se tornem mais fracos durante esse período.

Segundo a lenda, no topo da torre há um artefato chamado ”Blue Crystal Rod“ que realizaria um desejo a quem o conseguisse. Porém, há muitos obstáculos e perigos na torre, pois além de ser enorme, existem nela os mais diversos tipos de monstros e, inclusive, a presença do próprio Druaga que, segundo o povo, está renascido, fazendo com que a cada verão o Exército de Uruk se arme na base da torre, na cidade de Meskia, com o intuito de chegar ao topo. E é aí também que aparecem os conhecidos ”Escaladores“ na cidade de Meskia, pessoas comuns que almejam subir a torre, muitos apenas para conseguir dinheiro com os materiais dos monstros, e outros mais corajosos e ambiciosos que formam grupos com o mesmo intuito: possuir o próprio ”Blue Crystal Rod“ e realizarem um desejo que favoreça a todos do grupo.

Jil é um rapaz de bom coração, guerreiro da classe defensiva (guardian) e um dos jovens que pretende chegar ao topo no grupo formado por Neeba (um grande arqueiro conhecido como ”O Matador de Dragões), Fatina (uma garota que utiliza mágicas de fogo com seu ”canhão-bastão“), Utu (um homem totalmente revestido de armadura, muito forte) e Kally (um jovem ágil no arremesso de facas e com habilidades ninja). Porém, logo na primeira fase, ele se torna um fardo e é ”demitido“ do grupo. Triste, mas determinado, decide fazer seu próprio grupo, e é aí que primeiramente aparecem duas jovens, Kaaya (uma Oráculo que utiliza mágicas de cura e defesa) e Ahmey (uma guerreira lanceira bastante forte), e depois Melt (um mago ex-aristocrata) e Coopa (uma garotinha, serva de Melt, que o ajuda nas batalhas com as magias). E assim tudo se inicia.


Apesar do 1° episódio não parecer nada convincente e fazer com que o espectador pense ”que raios é isso? Vale a pena mesmo?“, eu diria que vale, sim. Não se engane e muito menos perca a paciência, pois uma ótima história o aguarda. Com elementos que lembram os games de RPG tradicionais dos anos 90 (SNES e PSOne), Druaga no To: The Aegis Of Uruk é diversão garantida. Os produtores fizeram muito bem em unir aventura, mistério, ação, comédia e uma pitadinha de romance na medida certa. Personagens altamente carismáticos e bem desenhados fazem desta uma grande obra, que também se utiliza de piadas legais e divertidas (algumas nem tanto) além de algumas cenas nostálgicas (quem já jogou vai gostar bastante). A trilha sonora é simples, nada que se comente muito. Interessante também é o fato de não ser mostrado os interesses do lado mau, caso você venha a perceber, ou seja, não há aquilo de ”conquistar o mundo“ e coisas que certos animes do mesmo gênero insistem em trazer. Não se sabe realmente quem está por trás de tudo, resultando em um grande mistério.

Porém, para uma série de 12 episódios, vê-se um certo ”desperdício excessivo“ com as piadas (uns 2 ou 3 episódios são quase totalmente inúteis). Certamente foi de propósito, mas ficou corrido. Mesmo assim, no decorrer dos episódios a trama vai ficando cada vez mais envolvente, trazendo seriedade e os verdadeiros motivos por debaixo dos panos de cada personagem. Por sinal, nem todos têm os seus motivos concretos. Ocorrem muitos lances inusitados entre os personagens nos episódios finais, e isto com certeza deixará muita gente com fome e sede da próxima temporada, já que, com um final desses, muita coisa boa vêm aí.



Feito para pessoas que gostam de vários elementos unidos em uma obra, Druaga no To: The Aegis Of Uruk é simples e cativante, promissor, convincente e merecedor da atenção que tem recebido, cujos defeitos podem muito bem ser passados para trás e que de nada atrapalharão a qualidade do anime e a diversão do espectador. Até a próxima temporada.

NOTA 1: O anime não tem nada a ver com colegiais, como se vê na abertura.
NOTA 2: A segunda temporada se chamará Druaga no To: The Sword of Uruk e será lançada em 2009.


Marcos França