sábado, 14 de janeiro de 2017

Macross (TV)

OBS: Resenha publicada originalmente no Animehaus em 01/04/2009 e revisada em 01/2017

Alternativo: Super Dimensional Fortress Macross, Choujiku Yousai Macross
Ano: 1982
Diretor: Shoji Kawamori
Estúdio: Nue
País: Japão
Episódios: 36
Duração: 25 min aprox
Gênero: Mecha / Romance / Guerra / Sci-Fi



Antes de tudo vamos deixar uma coisa bem clara: Macross NÃO é Robotech! A verdade é que Carl Macek, “criador” de Robotech, reuniu 3 séries japonesas, "Macross", "Southern Cross" e "Mospeada" em uma única (por motivos que não devemos discutir nessa review), editando e modificando algumas coisas. Sendo que “a parte Macross” seria apenas a primeira temporada da série. Para mais informações, consulte o Google.

Mas, vamos ao assunto principal: Super Dimensional Fortress Macross!

No ano de 1999, uma nave espacial cai na Terra durante o auge de uma guerra mundial. Temendo que isso se tratasse de uma ameaça de invasão alienígena, os governos da Terra se unem para formar uma força de defesa unificada. Assim sendo, acabam por reconstruir a tal nave e renomeado-a para SDF-1-Macross (Super Dimensional Fortress-1-Macross).

Anos mais tarde, durante um evento de lançamento da SDF-1-Macross e dos novos caças Valkyrie, uma frota de aliens (conhecidos como Zentraedis) atacam a Terra, gerando um terrível caos que leva os caças Valkyrie a atacar o inimigo, revelando sua verdadeira forma: Robôs Gigantes.

Neste evento estava presente Ichijou Hikaru, um jovem piloto de aviões para malabarismos. Durante o caos do ataque alienígena, Hikaru se vê obrigado a pilotar uma unidade Valkyrie.

Durante a guerra contra os Zentraedis, o sistema de hiperpropulsão da Macross é ativado, fazendo com que ela vá parar na órbita de Plutão. Só que a Macross leva consigo a ilha onde estava ancorada, com mais de 50.000 habitantes. O que fazer? Iniciar a volta para casa, ora essa! E, como você já deve ter deduzido, essa volta não será nada fácil… Entre os civis a bordo da Macross está Lynn Minmay, uma jovem que, com sua voz única, dá esperanças a todo o contingente humano da nave de que um dia conseguirão voltar pra casa. Mas a jornada da Macross para voltar para a Terra terá diversos empecilhos...

Nascida no início dos anos 80, Macross se tornou um sucesso absoluto. Além de possuir uma história inovadora (pra época), foi o “abre-alas” dos desenhos japoneses na TV americana (que era intolerante com esses chamados “programas inferiores”).

Deixando de lado o clássico “piloto inexperiente cai por acidente em robô gigante e se vê obrigado a salvar o mundo”, Macross nos apresenta a um estilo conhecido como Space Opera (o maior ícone desse estilo no mundo dos animes é Yamato, também conhecido como Patrulha Estelar. Outro clássico da Space Opera é a conhecida série norte-americana Star Trek), onde as batalhas entre robôs gigantes deixam de ser o foco principal da série, que passa a ser a sobrevivência humana no espaço.

De longe, a principal temática da série é o comportamento humano, que pode ser visto de diversas formas em diversas situações. Desde o relacionamento conturbado de Hikaru, Lynn Minmay e a capitã Misa Hayase, até o instinto de sobrevivência da humanidade, demonstrado pelos “habitantes” da Macross. E, mesmo sendo uma série sobre “relacionamentos”, em momento algum a guerra é deixada de lado.

Os Zentraedis perseguem a Macross através do espaço, inicialmente para recuperar a nave, mais tarde por ela se tornar um perigo em potencial. Pois, de acordo com os alienígenas, os habitantes da Macross carregam a terrível protocultura.

As cenas de batalha são excelentes, ainda hoje devem ser lembradas como uma referência para construir ambientes de conflito em tantos outros animes. O design das Valkyries é igualmente bem feito, tanto na forma de caça, quanto em sua forma mecha (e existe também a interessante forma de “Guardião”, um meio termo entre as duas formas). E o design da Macross não deixa nada a desejar, podendo ser comparada a outras naves de muitos animes contemporâneos.

Quanto à trilha sonora... bem, os animes do final da década de 70 e do início de 80 não são conhecidos por sua trilha sonora de primeira qualidade (alguém já ouviu a música da opening de Mobile Suit Gundam? A série é excelente, mas, convenhamos, que abertura é aquela...?). Existe a canção de abertura, que é o tema da série (tocada em diversos momentos) e, ao longo de Macross, somos apresentados a diversas canções de Lynn Minmay. Uma curiosidade é que Mari Iijima (a dubladora de Lynn Minmay) conseguiu firmar sua carreira como cantora durante esse período. Essas canções são um clássico até hoje (opinião do resenhista: eu adoro Macross, mas odeio a Lynn Minmay, acho suas canções tenebrosas e me irrita toda vez que ela começa a cantar “Watashi no Kare wa Piroto” ou “Meu namorado é um piloto”, mas essa é a MINHA opinião 100% pessoal).

No aspecto gráfico, Macross, mais uma vez, marcou época. SDF Macross possuía uma qualidade visual à frente de seu tempo. Muitas outras séries daquele período (e até mesmo anos depois) não conseguiam se igualar à sua qualidade. Os personagens são bem feitos, carismáticos e com personalidade (cada um deles). Eles são verdadeiros seres humanos: amam, odeiam, sorriem e choram. Eles parecem REALMENTE vivos!



Super Dimensional Fortress Macross marcou época. Até hoje é uma referência para o mundo dos animes (não apenas o do tipo mecha, ficção científica ou romance, mas TODO o mundo dos animes). E é por isso que, merecidamente, é conhecido como clássico. Até hoje a franquia Macross é produzida, fazendo sempre excelentes animes. Mas, com toda certeza, nenhuma se iguala a esse clássico.


Luiz Otávio Gouvêa