sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Darker Than Black: Ryuusei no Gemini (TV)

OBS: Resenha publicada originalmente no Animehaus em 18/06/2010

Alternativos: Darker Than Black 2
Ano: 2009
Diretor: Tensai Okamura
Estúdio: BONES
País: Japão
Episódios: 12
Duração: 22 min
Gênero: Ação / Mistério / Drama



Ryuusei no Gemini (ou ”Gêmeos do Meteoro“) é a segunda fase de Darker Than Black, que antes teve um final confuso e pouco explicativo. Nessa sequência, vemos logo no início dois irmãos gêmeos, Shion e Suou Pavlichenko, e seu pai serem atacados por um meteoro enquanto passavam uma noite nas florestas da Sibéria. Isto resultou na transformação de Shion em um Contratante, que perdeu o olho direito e se vê confinado numa cadeira de rodas como pagamento, enquanto não se sabe ao certo o que aconteceu com a sua irmã Suou durante o acidente. Sabe-se apenas que hoje ela é uma colegial normal, que gosta de tirar fotografias e ter amigos.

Dois anos após a 1a fase, Hei aparece na Rússia cabeludo, com barba e alcoólatra, após trair o Sindicato. Agora trabalha para a CIA, que o manda ir em busca de Shion Pavlichenko, enquanto antigos membros do Sindicato tentam fazer o mesmo, acreditando também que Shion seja o Contratante mais poderoso e que é perfeito para os seus propósitos. Hei, em sua busca, acaba dando de encontro com Suou, que parece ter muitos segredos escondidos e que nem ela mesma conhece.

"Darker Than Black", traduzido literalmente, seria ”Mais Escuro que o Preto“. Muito bem. A primeira fase fez jus ao nome devido ao seu aspecto mais sombrio e depressivo, até também pelas vestimentas escuras de Hei, Yin e Mao. O nome continua sendo o mesmo, mas nessa nova sequência, tudo está mais claro e vivo, além de mais bem humorado. Trocando em miúdos: perdeu-se a essência. Modificaram também a música de abertura, e agora uma cantora de j-pop tenta dar mais vida ao anime. Vale lembrar que Hei não é essencialmente o personagem principal. A garota de cabelos rosados, Suou Pavlichenko, é o centro do enredo, por isso a série teve um aspecto menos sombrio.


Mas DTB:RnG sofre de alguns problemas. Os novos personagens não se desenvolvem tão bem como antes, exceto pela principal. Traços e movimentos não tão caprichados e falta de drama e seriedade deixam a desejar. Gostaria de uma pequena explicação sobre alguns fatos não muito concretos deixados para trás e que não foram explanados agora. Aliás, há mais complicações ainda, afinal, não vemos Yin nessa sequência: por que será? O que houve com ela? Quem realmente é ela? Pelo jeito é preciso ver o Especial que conta o que aconteceu entre um período e outro do anime e ver que Yin é muito mais especial do que pensávamos (e é um absurdo ter que ficar vendo ”fragmentos“ dispersos do enredo). Mas não podemos ter certeza de que tudo será explicado da forma que queremos. Além disso, aqui foi dada pouca atenção ao final, mais uma vez, com as coisas acontecendo tão rapidamente que é difícil sentir alguma emoção, a não ser a leve sensação de frustração. Posso adiantar que, de novo, ficamos com poucas respostas. E onde está a poderosa trilha sonora da fase anterior? Menos um.

Lembram da Amber? Pois é, deveria ter um personagem pelo menos tão interessante quanto. Não temos a apática Yin, mas agora temos o também apático July, da primeira fase, que agora mantém uma proximidade especial com a Suou. Estes dois até receberam um bom tratamento emocional e seguram a série. Mao não está mais no corpo de um gato, agora está em um animal bem mais carismático. Hei ainda mantém suas características e sabemos, desde o final da 1a fase, que seu pagamento é permanecer com as emoções de quando era um humano, e vemos isso mais claramente nesta fase.



Porém, poderia haver um pouco mais de explicações e mais definições sobre aonde o anime quer chegar. Tudo parece tão sem rumo, ainda que, pelo jeito, precisaremos ver mais outra sequência ainda boiando bastante na história. Ainda dou esperanças a esta série, pois é essa coisa de mistério mal resolvido que ainda parece manter a série ”em andamento“. É um anime diferente, com um enredo que tem (ou teria?) muita coisa a oferecer. Mas convenhamos: ninguém mais quer ver personagens que pouco contribuem, e menos ainda um enredo pouco significativo. Isso é perda de tempo.


Marcos França