segunda-feira, 7 de novembro de 2016

.hack//DUSK (TV)

OBS: Resenha publicada originalmente no Animehaus em 01/04/2009


Alternativos: .hack//Legend of the Twilight Bracelet, .hack//A Lenda do Bracelete do Crepúsculo, .hack//Tasogare no Udewa Densetsu, .hack//Udeden, Dot Hack//Dusk
Ano: 2003
Estudio: Bee Train
Diretor: Koichi Mashimo
País: Japão
Episódios: 12
Duração: 23 min
Gênero: Drama / Sci-fi / Comédia



.hack//The Legend of the Twilight Bracelet (mais conhecido como DUSK) se trata de uma continuação direta da franquia “.hack” quatro anos após o jogo .hack//QUARANTINE. Apesar de carregar o nome da franquia, DUSK tem um estilo bem diferente do padrão encontrado no restante na série.

A história gira em torno de Shugo e Rena, dois irmãos gêmeos que foram sorteados com os avatares de dois dos lendários “.hackers” (Kite e Black Rose) ao criarem suas contas no MMORPG “The World”. Devido ao divórcio de seus pais, os dois se separaram quando ainda eram menores e acabaram achando no jogo uma possibilidade fácil e conveniente de se encontrarem.

Quando ambos decidem ir treinar em uma área para iniciantes, são encurralados por um monstro extremamente forte e que, por razões óbvias, não deveria estar lá.

Shugo acaba sendo derrotado e, de repente, acorda diante de uma garota de cabelos brancos, que o entrega um estranho bracelete dourado. Mais tarde, Shugo descobre que esse bracelete tem o poder de usar uma habilidade chamada “Data Drain”.

Nem poderia imaginar o garoto que, ao ganhar o misterioso bracelete, teria de seguir os passos dos lendários .hackers para entender e eliminar a fonte das crescentes anomalias que vem acontecendo no jogo.

Para ser sincero, DUSK é realmente um anime muito fraco. Mesmo carregando o nome .hack em seu título, DUSK tende a ser mais um anime de comédia ou simplesmente descompromissado, que aos poucos até tenta ganhar algum tipo de substância, mesmo sem muito sucesso.


Praticamente todos os personagens caem em todos os estereótipos possíveis em um anime. Shugo é o típico garoto bobo, inocente e por vezes egocêntrico; Rena é a garota responsável, porém frágil; Mireille é a menininha hiperativa e tagarela; Hotaru é a garota tímida e de muito bom coração, e assim vai... Posso dizer sem dúvida que este é o elenco mais fraco e batido de toda a franquia até o momento.

A história se desenvolve de maneira leve e descompromissada, com várias situações manjadas e muitas vezes até inúteis, tendo um ou dois episódios que poderiam ser descartados por inteiro, sem ninguém sentir falta. Rumo ao final, DUSK até consegue criar alguns conceitos e idéias interessantes, mas estes não são muito bem organizados e acabam caminhando rumo ao clichê, como já era de se esperar.

Também vale lembrar que DUSK foi baseado em um mangá de Tatsuya Hamazaki. Apesar de a série animada começar de forma relativamente fiel ao mangá, acaba de distanciando totalmente deste, com uma trama e conclusão completamente diferentes. Não que o mangá seja muito melhor que o anime, mas consegue ter um pouco mais de substância e menos infantilidade exagerada.

Apesar desses contratempos, ainda existe alguma diversão a ser tida com DUSK. Apesar dos momentos de comédia serem muitas vezes pouco inspirados (leia-se bobos e copiados), ainda conseguem arrancar algumas boas risadas (as cenas de Shugo tentando aprender a lutar ou levando algum tipo de pancada no rosto e perdendo sempre o mesmo dente são particularmente engraçadas). Porém, existem certas horas que esses momentos cômicos poderiam não aparecer, chegando a destruir o clima de seriedade (sim, ele está lá, mesmo que demore um pouco para chegar) quase que por completo.

Visualmente, DUSK cumpre muito bem seu trabalho, com cenários coloridos e uma movimentação fluida e bem feita, mesmo que a série tenha uma espécie de “crescente slowdown” do começo ao fim (o primeiro episódio é muito bem feito, mas aos poucos a animação vai ficando cada vez mais básica).

A trilha sonora, mesmo sendo mais fraca que o restante da franquia, consegue fazer o seu trabalho, com algumas músicas legais e outras muito genéricas e excessivamente “kawaii” (a abertura que o diga). Definitivamente, o trabalho de Yuki Kajiura faz falta...



Apesar dos personagens batidos e a história genérica e fraca, DUSK ainda pode divertir em um aspecto ou outro, principalmente se você estiver procurando algo mais descompromissado para dar uma passada no tempo. É um bom anime para se assistir naquele fim de semana em que não se tem nenhum compromisso.

OBS: Apenas como curiosidade, este anime só é conhecido popularmente como “DUSK” devido a um erro de tradução da palavra “Tasogare” (Crepúsculo) por parte de uma fansub americana.


Lucas Funchal