Alternativos: Dot Hack//Liminality
Ano: 2002
Diretor: Koichi Mashimo
Estúdio: Bandai Visual / Bee Train
País: Japão
Episódios: 4
Duração: 30 min
Gênero: Drama / Sci-Fi
Em 2002, algum tempo após o lançamento de .hack//SIGN, foram lançados 4 jogos para Playstation 2 contando a continuação da série. Esses jogos eram .hack//INFECTION, MUTATION, OUTBREAK e QUARANTINE, sendo que cada um deles vinham acompanhados de um dos 4 OVAs da série ”.hack//LIMINALITY“.
Enquanto os jogos contavam a história de um ponto de vista apenas de dentro do ”The World“, LIMINALITY conta o que estava acontecendo simultaneamente no mundo real, sendo assim essencial para o entendimento da trama como um todo.
Mai Minase é uma garota tímida, criada por uma mãe rígida e que não tem certeza sobre o que realmente quer fazer em qualquer situação. Um dia, seu amigo e ”namorado em potencial“ Kasumi Tomonari a convida para jogar ”The World“, o mais famoso MMORPG de todos os tempos. Porém, algo estranho acontece e Mai desmaia durante a partida. Ao recobrar a consciência, descobre que Kasumi está em coma.
Mesmo acreditando que a culpa tenha sido do jogo, ninguém parece querer dar-lhe ouvidos, exceto por um estranho homem que um dia resolve abordá-la, dizendo que sabe de tudo o que aconteceu.
Mais tarde, Mai descobre que o nome desse homem é Tokuoka Junichiro, ex-diretor da versão japonesa do ”The World“, e que ele está investigando o porquê do crescente número de comas entre os jogadores.
Depois de alguns acontecimentos, Mai e Tokuoka acabam se tornando amigos e decidem investigar o que está acontecendo de errado no The World.
Apesar de ser apenas um complemento a história dos jogos, LIMINALITY conta com um enredo bem planejado, com algumas teorias interessantes sobre a mente humana e até explicações sobre a origem do ”Epitáfio do Crepúsculo“ (quem conhece a série sabe do que estou falando). Como a história a ser contada não é tão grande assim, tudo acontece de maneira calma e sem nenhum atropelo, eliminando situações forçadas ou corridas.
Os personagens, apesar do tempo de duração de apenas 4 episódios de 30 minutos, são suficientemente carismáticos para convencer o espectador, eliminando totalmente qualquer sensação de que as coisas foram feitas as pressas ou sem um planejamento sólido, o quê mostra uma grande competência por parte da direção desses OVAs.
Visualmente, LIMINALITY é muito bem feito, com destaque para a fluidez dos movimentos de cada personagem, desde seus fios de cabelo se mexendo suavemente até os objetos com os quais interagem. O design destes também continua de qualidade, com Yoshiyuki Sadamoto (Evangelion) no cargo. A impressão que se tem é que, como a história se passa no mundo real, os personagens foram feitos para realmente parecerem pessoas comuns, sem nenhum exagero nas roupas e/ou penteados (exceto por algumas ”antenas“ aqui e ali). Alguns personagens, inclusive, até parecem ter traços de fisionomia japonesa de verdade (com destaque para Mai). Com relação ao aspecto técnico, não há do que reclamar aqui.
A trilha sonora é simplesmente ótima, transformando LIMINALITY em algo parecido com um extenso clipe musical, desde as suas quatro aberturas até as incríveis músicas de fundo, do tipo que você sai por aí cantarolando sem nem perceber, tudo composto por Yuki Kajiura e a banda See-Saw.
Para finalizar, se você já jogou os quatro jogos ou, no mínimo, assistiu a .hack//SIGN e se interessou pela série, LIMINALITY é um prato cheio e não irá se arrepender, mas se o caso for o contrário, será apenas uma historinha sem muito sentido ou simplesmente chata.
Lucas Funchal