Alternativos: Dot Hack//Sign
Ano: 2002
Diretor: Koichi Mashimo
Estúdio: Bandai Visual / Beetrain
País: Japão
Episódios: 26
Duração: 23 min
Gênero: Aventura / Drama / Sci-Fi
Em 2005, um grupo de hackers lançou na rede um vírus chamado ”Deadly Flash" (Flash Mortal), que fazia com que os monitores dos computadores infectados piscassem rapidamente, resultando na hospitalização de milhares de pessoas em todo o mundo e na morte de sete delas.
Graças a tamanha crise, a internet ficou inutilizável até que, entre o final de 2005 e 2007, foi criado o sistema operacional perfeito denominado ALTIMIT. Juntamente com seu lançamento, o MMORPG (Massive Multyplayer Online Game) ”The World“ apareceu e logo ganhou milhões de jogadores em todo o mundo, se tornando o MMORPG mais famoso de todos os tempos, cujos fãs variam de jovens estudantes até adultos e idosos. O motivo? Bom, digamos que o "The World" é nada mais e nada menos que o jogo mais realista já feito até então e, para jogá-lo, é necessário possuir um capacete de realidade virtual ^^.
Um dia, um jogador chamado Tsukasa acorda em um "dungeon" e percebe que o ambiente do jogo começa a interagir com seus sentidos, de uma maneira que nunca tinha acontecido antes, como se fosse real. A princípio, Tsukasa pensa que está sonhando e, sem saber o que fazer, acaba sendo avistado por Mimiru, uma Heavy Blade (uma das classes/profissões do jogo) que pergunta se ele está bem e tenta puxar conversa. Tsukasa apenas foge, deixando Mimiru no vácuo e , para completar a sorte que estava tendo naquele dia, é encontrado por um dos Cavaleiros Escarlates (classe especial do jogo que procura manter a ordem e prosperidade no ”The World“) que pergunta se por acaso ele não conheceria um jogador com orelhas de gato, um possível hacker. Tsukasa mais uma vez aperta o passo, fazendo o cavaleiro suspeitar que ele também seja um hacker. Ao fim da perseguição, antes do cavaleiro ser capaz de ”matar“ Tsukasa, uma criatura não identificada aparece para protegê-lo, derrotando o Cavaleiro Escarlate.
Ainda mais confuso, Tsukasa apenas foge do dungeon e tenta sair do jogo... mas não consegue. Com os Cavaleiros Escarlates o perseguindo, Tsukasa começa a vagar pelo The World sem objetivo aparente até que, numa dessas, acaba encontrando uma área desconhecida do jogo à qual só ele tem acesso. Nesta área, dorme uma menininha misteriosa e Tsukasa ouve uma voz que diz ser sua mãe.
Quem é a garotinha misteriosa? O que realmente é a Chave do Crepúsculo e porque um jogador chamado Sora está procurando por ela? Seria o The World uma enorme caixa preta que nem mesmo os adiministradores da CC Corp. (organização responsável pela manutenção do jogo) sabem como controlar?
Produzido pela Bandai Visual em conjunto com o estúdio Beetrain, .hack//SIGN foi o início de uma das franquias mais ambiciosas de todos os tempos, tendo sua continuação em 4 jogos para Playstation 2, sem contar os OVA`s, livros, mangás, etc...
A história pode parecer meio bobinha a princípio, mas se desenvolve de maneira espetacular, prendendo a atenção do espectador até o fim. O elenco do anime também não faz feio, com um character design agradável de Yoshiyuki Sadamoto (Neon Genesis Evangelion). Os personagens são bem construídos (com algumas exceções) e é até interessante notar que alguns deles, que deveriam ser apenas jogadores, começam a questionar as origens e toda a história por trás do The World, acabando por se meter em acontecimentos que jamais imaginariam, enquanto outros estão apenas se divertindo no jogo.
Outro detalhe importante é a trilha sonora. Os temas de abertura e encerramento, ”Obsession“ e ”Yasashii Yoake“, são muito bons. Também deve se dar destaque às outras músicas de fundo compostas por Yuki Kajiura (”Key of the Twilight“ é um ótimo exemplo disso).
Mas nem tudo é perfeito em SIGN. A ausência de ação na série faz com que ela dependa muito da trama para se sustentar, o que de fato acontece, mas não nos primeiros episódios. O ritimo destes é tão lento que é inevitável pensar ”Que saco, quando isso vai ficar mais interessante?“. Outro fator um pouco irritante é justamente o protagonista Tsukasa. Não sei se foi por pura ironia do destino, mas Tsukasa parece ter boa parte de sua personalidade baseada em Shinji Ikari de Evangelion, sempre reclamando de tudo e evitando se relacionar com qualquer um, e como o character design foi feito justamente por Sadamoto, é possível perceber os mesmos traços melancólicos e raramente felizes de Shinji em Tsukasa. Mas isso não é lá um grande problema, já que no decorrer da série é possível notar uma evolução em seu caráter.
O visual também faz parte de algumas das falhas de SIGN... Não me levem a mal, o visual em si é muito bem feito e colorido, mas a minha birra são com os cenários em geral... São muito genéricos e simples, muitas vezes os personagens estarão conversando dentro de "dungeons" que parecem ser constituídos de apenas um corredor, ou em campos verdes e extremamente extensos sem nenhum detalhe em particular. Chega até a irritar o uso constante dos mesmos cenários, mas isso até se encaixa no anime, pois ele se passa dentro de um jogo com cenários ”padrão“... Mas não deixa de ser uma falha.
Apesar da idéia de certo modo inovadora, .hack//SIGN não possui quase nenhuma cena de ação, portanto, se você gosta de animes com muitas lutas e golpes especiais pode passar longe. Mas se você apreciar um bom enredo, tudo o que tem de fazer é agüentar os episódios iniciais e terá o que procura. Mas já vou avisando: o final de SIGN não conclui a série de maneira alguma, apenas abre portas para uma coisa muito maior. Se você acabar gostando e quiser saber a resposta para todas as perguntas, vai ter muito chão pela frente ;).
Lucas Funchal
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Curiosidades:
-CC Corp. é uma abreviação para Cyber Connect Corporation, que foi justamente a empresa que projetou os 4 jogos .hack de PS2.
-os nomes dos 4 primeiros jogos (existem mais 3 jogos de uma nova saga da franquia, ”.hack//G.U“) de PS2 são: .hack//INFECTION, .hack//MUTATION, .hack//OUTBREAK e .hack//QUARANTINE.
-Os 4 jogos antigos de .hack vinham com um DVD extra que continha um dos quatro OVA`s de ”.hack//LIMINALITY“, que contam uma história paralela ao jogo, cujo o palco é o mundo real.
-A versão beta do The World se chamava ”Fragments“. Depois de 4 meses de testes o projeto foi encerrado devido a um rumor de que alguns dos beta testers haviam morrido jogando.
-Existe um jogo para PS2 intitulado ”.hack//FRAGMENTS“ que possui um modo online, porém nunca chegou ao ocidente.