segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Higurashi no Naku Koro ni REI (OVA)

OBS: Resenha publicada originalmente no Animehaus em 28/11/2009


Alternativos: When the Cicadas Cry – Gratitude.
Ano: 2009
Estudio: Studio DEEN
Diretor: Toshifumi Kawaze
País: Japão
Episódios: 5
Duração: 30 min
Gênero: Drama/Mistério/Terror/Comédia



Também conhecida como a terceira temporada, Higurashi no Naku Koro ni REI (Quando as Cigarras Choram – Gratidão) se trata de uma série de 5 OVAs, baseados em um “fan disk” (um jogo da franquia feito por fãs) da série de mesmo nome. Ao contrário do que muitos possam esperar, REI não se trata de uma continuação de Higurashi que faz jus ao enredo da série mas, sim, uma espécie de bônus interessante para deixar aquela sensação de “poxa, acabou mesmo...”.

Temos em REI três novos arcos, sendo dois deles apenas paródias, ocupando um episódio cada, e o outro sendo o verdadeiro motivo de se assistir a esses OVAs, demorando três episódios para ser contado.

O primeiro arco (Batsukoishi-hen) é simplesmente uma perda de tempo completa. Trata-se de uma historinha tosca em que Keiichi compra uma sunga que tem os poderes mágicos de conquistar a pessoa cujo nome for escrito nela, de acordo com um mito do vendedor. Não vale nem a pena comentar mais, pois o episódio é uma comédia tão forçada, fora do contexto e sem graça que chega a causar vergonha alheia em quem estiver assistindo... Felizmente, o próximo arco é satisfatório.


Como já disse, Saikoroshi-hen é o verdadeiro motivo para se assistir a esses OVAs, pois, além de apresentar uma conclusão muito legal para a série, também faz uma pequena menção a um certo detalhe do novo anime baseado em outra visual novel do grupo 07th Expansion, “Umineko no Naku Koro Ni” (Quando as Gaivotas Choram), criando uma ligação entre os dois. Enfim, o arco começa com Rika, que agora aproveita o futuro que finalmente conseguiu conquistar, sendo atropelada por um caminhão enquanto andava de bicicleta. De repente, ela acorda em uma cama de hospital e descobre estar em um novo “kakera” ("fragmento", uma espécie de simbologia para um mundo paralelo, ou outra possibilidade de futuro) onde tudo está mudado. Cada um de seus amigos, neste "kakera", não passou pelos traumas que haviam passado antes, ou seja, é o mundo perfeito para todos, sem tragédias nem desespero, onde até mesmo a família de Rika se encontra viva. Cabe a ela decidir se comete uma atrocidade (não vou spoilear nada XD) para voltar ao seu mundo de origem, ou se aceita este novo.

Por último, temos Hirukowashi-hen, mais uma historinha de comédia, agora com um toque romântico entre Keiichi e Rena, mas com uma diferença: dessa vez, é um episódio interessante e até divertido. Enquanto Keiichi e Rena fuçavam nos escombros da represa de Hinamizawa, à procura de tesouros, uma "magatama" vermelha acaba caindo do céu e Rena a engole acidentalmente. Hanyuu, ao saber do ocorrido, informa Rika que essa "magatama" tem o poder de fazer qualquer pessoa que a contenha se apaixonar pela outra que tiver a "magatama" branca. O problema é que esta fica trocando de mãos o tempo inteiro ;D.

Com relação ao visual, é até triste pensar que apenas Rei possui uma qualidade de animação tão colorida e fluída, coisa que deveria ter sido feita com toda a série principal. A movimentação dos personagens é muito bem detalhada, e as cores são fortes e vibrantes. A trilha sonora continua com a mesma qualidade, o que não é ruim, com direito a uma nova (e ótima) abertura, “Superscription of Data” (Eiko Shimamiya).



No geral, Higurashi no Naku Koro Ni Rei é uma boa adição à série como um todo, mesmo que passe aquela impressão de ser “meio sem sal”. Vale a pena assistir aos quatro últimos episódios e descartar o primeiro, que simplesmente não serve nem pra se esboçar um sorriso de tão bobo. Os fãs da série com certeza vão apreciar mais um pouquinho de Higurashi, antes de “migrar” para o Umineko.


Lucas Funchal