Ano: 2006
Diretor: Jun Kawagoe
Estúdio: Brain’s Base
País: Japão
Episódios: 12
Duração: 24 min
Gênero: Aventura, Ficção, Pós-apocalíptico
Deixemos que as palavras do próprio anime o introduza.
“2010 D.C.. Uma massa de hiperfuracões se formou simultaneamente pelo globo terrestre causando danos severos a diversos países por todo o mundo. A população mundial havia inflado para 8 bilhões e, em um golpe, 5 bilhões foram perdidos. O equilíbrio militar e econômico foi rompido. América do Norte, Rússia e Norte da Europa congelaram. As planícies baixas afundaram no mar e o mapa mundial mudou drasticamente. A humanidade entrou em uma era caótica.
O governo japonês planejou criar um estado auto-sustentável economicamente e alcançou alguma limitada recuperação desde o desastre. A “Tecnologia de Energia Auxiliar”, a qual tem sido desenvolvida, teve um importante papel nessa recuperação econômica. Entretanto, nas áreas foras do distrito econômico especial, pobreza e favelas começaram a crescer. As pessoas da classe dominante chamam a si mesmos de “Logos”. Eles usam a “Tecnologia e Energia Auxiliar” em seus exércitos. Os pobres chamados “Revenus” foram banidos para fora dos muros do distrito.
Com o intuito de controlar o poderio militar japonês, os países da Ásia, aprendendo com a União Européia, formaram a União Asiática (U.A.). Eles desembarcaram em Kyuushu. A resistência encontrada era formada por uma divisão de Heavy Warriors, lideradas pelos Gladiators da força especial “Phantom”. Eles revidaram o ataque com uma força esmagadora. O governo japonês assinou um pacto de não-agressão mútua com a U.A.. Desde então a força militar tem sido usada contra os renegados que se rebelam contra o país.”
Essa introdução poderia dar um ótimo anime, mas em Innocent Venus pouco se fala dessas ocorrências. O que o enredo realmente trata é sobre a pequena Venus, uma garotinha de cabelos rosados com os mesmos estigmas de inocência que vemos em menininhas de outros animes. No início vemos ela e um rapaz fugindo de soldados que tentam caçá-la. Esse rapaz é Jin, um guarda-costas de Venus, o outro é Jo, que aparece pouco depois e acaba salvando os outros dois. Não se sabe nada sobre Venus nem sobre Jin e Jo, ao menos no início. Sabe-se que ela é especial e a organização que tenta pegá-la chama-se Phantom, em que soldados usam ágeis robôs terrestres chamados Gladiators, ao mesmo tempo que Jin e Jo também possuem os seus.
É incrível como o “ar” no início do anime parece bom. A começar pela sonoridade que é quase uma verdadeira maravilha. Tons que combinam com as cenas e dão realmente a sensação de algo desolado e solitário, além da ação presente. A música de encerramento tem um tom profundo, não pela letra, mas pelo som mesmo. Tirando a abertura, todo o som é inovador e bem-feito.
Mas definitivamente não é só do som que vive um anime. Innocent Venus realmente tem uma história boa no início, e acontecem reviravoltas perto do final que nós não estamos tão acostumados a ver, e isto realmente é interessante. Mas além dos clichês que definitivamente todos os personagens têm, há ainda as partes finais que decepcionam. Percebe-se que o enredo poderia ir mais longe, mas decidiram focar essencialmente em Venus.
As motivações dos personagens se tornam confusas e indefinidas, o que enfraqueceu completamente tudo, até mesmo a sonoridade não tem mais efeito. O traço também não continua o mesmo do início, e já que são apenas doze episódios, bem que os responsáveis poderiam ter um cuidado melhor. Definitivamente toda a expectativa que se pode sentir no início desce pelo ralo e, no fim, somos “presenteados” com um final meia-boca, sem uma definição exata em relação ao que os personagens iriam fazer da vida depois.
Innocent Venus poderia se dar melhor se a sua história se desenvolvesse realmente a partir de sua introdução. Faltou um pouco mais do sentido de “ameaça global” que a série aparentaria ter, pois o que se vê são aqueles mesmos personagens fracos de personalidade que sequer demonstram o que realmente querem com clareza. Recomendo ouvir a Trilha Sonora Original do anime, que com certeza é impecável.
Marcos França