segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Tales of Symphonia: Tethe´alla-hen (OVA)

OBS: Resenha publicada originalmente no Animehaus em 17/04/2012


Alternativos: Tales of Symphonia – Tethe’alla, Tales of Symphonia The Animation: Tethe’alla episode, Tales of Symphonia – Tethe’alla Chapter
Ano: 2010
Estudio: Ufotable
Diretor: Haruo Sotozaki
País: Japão
Episódios: 4
Duração: 45 min
Gênero: Aventura / Romance / Fantasia



ATENÇÃO: Essa resenha obviamente contém spoilers da primeira série de OVAs. Leia por sua conta e risco.

Após a grande reviravolta da traição de Kratos, a descoberta de que os Escolhidos não passam de cobaias para um propósito pessoal da organização Cruxis e a transformação de Collet em uma casca sem sentimentos, o grupo então viaja para o outro mundo do qual Sheena veio, Tethe’alla, afim de escapar da base dos chamados “Renegades”, outra organização muito parecida com os Desians que se opõem aos Cruxis.

Chegando lá, já dá para notar como Sylvarant está em desvantagem na “balança de mana” entre os dois mundos, sendo a tecnologia e situação de geral de Tethe’alla muito mais avançada e satisfatória. Já causando estardalhaço ao aterrissarem na cidade de Meltokyo, o grupo é levado até o castelo para falarem diretamente com o rei, onde conhecem o escolhido de Tethe’alla, Zelos Wilder, que passa a os acompanhar na nova jornada, agora com o objetivo de recuperar a mente de Collet ao mesmo tempo em que são perseguidos pelos Cruxis e conhecem novos companheiros.


Se a “primeira temporada” já mudava muitas coisas do enredo para adaptá-lo a uma série de OVAs, essa segunda toma muito mais liberdades. Muitas coisas acontecem de maneira diferente do jogo, muitas vezes em locais e cronologia diferentes, mas, por incrível que pareça, todo o essencial continua exatamente onde deveria estar, sem perder “fatores chave”, como a emoção das cenas. As reviravoltas, por mais que aconteçam em circunstâncias diferentes, são as mesmas e retém o mesmo valor inesperado/dramático e as personalidades e pano de fundo dos personagens também estão inalterados, sendo inclusive complementadas durante os OVAs em cenas que mostram seus passados de maneira mais detalhada ou instigante, algo que não havia no jogo. Isso sem contar as várias cenas de alívio cômico também inéditas, nas quais você não consegue evitar se envolver pelo tamanho carisma dos personagens.

Como único comentário negativo quanto à estrutura dos OVAs em si está no fato de o próprio anime entregar a resposta para algumas revelações importantes de maneira muito óbvia. Não vou comentar muito nesse aspecto para não estragar as surpresas, mas para quem não jogou o game elas já são de certa forma estragadas logo no começo.

A animação continua com a mesma qualidade impecável, muito colorida e com movimentações detalhadas, tornando as lutas (que são cheias de referências a golpes encontrados nos jogos) muito agradáveis de se ver. O design de personagens é muito expressivo e a qualidade continua estável durante os quatro OVAs, algo já esperado.

A trilha sonora ainda não é nada de grande destaque, apenas mantém as emoções das cenas nos eixos. Porém, a nova abertura e encerramento chamam a atenção e até ficam na memória. Aliás, o encerramento continua sendo uma historinha com fantoches diferente a cada episódio, um toque muito bem vindo e engraçado.



Tales of Symphonia The Animation: Tethe’alla-hen faz muito bem o que se propõe fazer: Contar a história de um jogo enorme em um espaço de tempo relativamente curto sem perder a “essência” do enredo. Por mais que tudo esteja modificado, certas partes tenham sido cortadas e resumidas, tudo está sem seu perfeito lugar, o que mostra que o diretor não estava procurando fazer uma cópia exata da história do game, mas sim contá-la da melhor maneira possível para esse formato de OVAs. Tethe’alla-hen faz jus ao conceito de “adaptação” de maneira excelente tanto para os donos do jogo original quanto aos que nunca tiveram a oportunidade de jogar. Agora só resta esperar pela terceira e última série de OVAs, intitulada “Sekai Tougou-hen” (o capítulo da União dos Dois Mundos), que provavelmente fecharão essa ótima adaptação com chave de ouro.


Lucas Funchal