Ano: 2016
Estúdio: TMS Entertainment
Diretor: Tomo Kosaka
País: Japão
Episódios: 13
Duração: 24 min
Gênero: Romance/Comédia
Eu geralmente deixo minhas impressões finais sobre os animes para o último parágrafo dos meus reviews, mas dessa vez eu já vou começar falando o que eu acho dessa série: “ReLIFE” é simplesmente um dos melhores animes que eu já vi.
Obviamente, parte disso se dá pelo fato de eu gostar comédias românticas mais sérias e com um teor mais adulto - no sentido da história e personagens serem mais maduros (sim, eu sei que você pensou em outra coisa). Mas, no geral, eu acho que “ReLIFE” é também uma produção boa o suficiente para agradar até mesmo quem não é muito chegado ao gênero.
O maior destaque dessa série fica por conta dos personagens. O enredo gira em torno de um grupo de amigos, e todos que fazem parte desse grupo possuem personalidades e têm atitudes extremamente realistas; você realmente sente que todo mundo ali poderia ser uma pessoa de verdade e isso faz com que o espectador acabe se identificando mais com os personagens.
Tudo no anime gira em torno das relações entre essas pessoas, sejam essas relações românticas ou não. É possível perceber que o autor de “ReLIFE” (a série é baseada num mangá online escrito por Yayoiso) conhece bastante de psicologia e entende de relações humanas profundamente. Inclusive, é possível colocar “ReLIFE” na mesma categoria de uma outra série que também está entre as minhas favoritas: “Yahari Ore No Seishun Love Come Wa Machigatteiru”.
Ambas as produções tratam das relações interpessoais entre os personagens de forma bastante detalhada, os dois vão realmente fundo na psique de cada um, apesar de eu achar que “ReLIFE” seja um pouco mais "light" nesse sentido (talvez porque “Yahari” seja "hardcore" até demais).
Eu não posso esquecer de mencionar que a base da trama também é bastante interessante. Tudo começa com Arata Kaizaki, um cara que está passando por uma fase difícil e que, no início da série, se encontra deprimido e sem esperança na vida. No entanto, ele recebe a oportunidade de ter um recomeço, literalmente. Arata tem a chance de participar de um experimento do governo que permite ao participante voltar a ser um estudante do ensino médio; e dependendo de sua performance, ao término de um ano, o participante poderá conseguir um emprego dentro do próprio projeto.
Então basicamente o que nós temos aqui é um adulto cínico dentro de um ambiente estudantil, cercado de jovens animados que ainda têm toda a vida pela frente. E esse contraste é algo que faz com que as relações entre Arata e os outros personagens sejam bem interessantes.
Na questão de apresentação visual e sonora, “ReLIFE” se mostra bastante competente. A animação e o traço não são a coisa mais impressionante do mundo, mas são bons o suficiente. A trilha sonora, por outro lado, é fantástica. A abertura é muito legal (umas das melhores de 2016) e os encerramentos são ótimos também. Sim, eu disse "encerramentos", porque ao final de cada episódio o anime nos apresenta uma música diferente. O mais interessante é que as músicas são todas da coleção pessoal do protagonista, músicas da época em que ele também estava no colegial; e se você for um otaku velho como eu, provavelmente vai reconhecer algumas das canções (são todas músicas que fizeram sucesso por volta no início dos anos 2000).
Então, como eu disse no começo do texto, “ReLIFE” se tornou um dos meus animes preferidos e certamente é uma das melhores comédias românticas que você pode encontrar por aí, principalmente se você está interessado em algo mais sério, sem todos aqueles momentos pervertidos e gente gritando que são tão comuns em animes hoje em dia.
Vale lembrar que o anime até agora só tem uma temporada, porém, uma segunda temporada na forma de quatro episódios OVA já foi anunciada, e um filme “Live Action” também já deu as caras esse ano no Japão. O filme tem um final original e eu acredito que esses OVAs também devem finalizar o anime com um final diferente da obra original (já que o mangá ainda não terminou). De qualquer forma, “ReLIFE” é um daqueles raros animes que eu não recomendo somente para um público específico mas, sim, para qualquer tipo de ser pensante que habita este ou outros universos.
André Pequeno